Arquivo do mês: janeiro 2014

Eleva o pensamento

Por Isaias Costa

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Hoje vou fazer uma pequena reflexão sobre um dos textos mais bonitos que li na vida, atribuído a Santa Teresa de Ávila e que foi musicado pela irmã Kelly Patrícia, o texto e a música se chamam “Eleva o pensamento”.

Eleva o pensamento, ao céu sobe
por nada te angusties, nada te perturbe.
A Jesus Cristo segue com coração grande
e venha o que vier, nada te espante.
Vês a glória do mundo? É glória vã,
nada tem de estável, tudo passa!
Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa!
Aspira às coisas celestes, que sempre duram.
Fiel e rico em promessas, DEUS não muda.
Ama-O como merece, bondade imensa
mas não há verdadeiro amor sem a paciência.
A confiança e fé viva mantém a alma.
Quem crê e espera, tudo alcança.
DEUS não muda! A paciência tudo alcança!
Do inferno acoçado embora se veja
Enganará seus furores quem a DEUS tem
Que lhe venham desamparos, cruzes e desgraças
Sendo DEUS o seu tesouro, nada lhe falta.
Ide, pois, bens do mundo, pois tudo é nada
Ainda que tudo percas, só DEUS basta!
Quem a DEUS tem, nada lhe falta. Só DEUS basta!

Ao contrário do que muitos pensam, este texto não é apenas católico, mas é UNIVERSAL, pois ele fala sobre um amor universal, o amor de Deus. E a sabedoria da Santa Teresa de Ávila transcende a das pessoas comuns, a sua elevação espiritual pode ser comparada a pessoas como São Francisco de Assis ou São João da Cruz. Os seus escritos são de uma profundidade e beleza indescritíveis. Não importa se você é católico, evangélico, taoista, budista, o que for. Todos nós podemos aprender muito com a sabedoria da Santa Teresa e foi por isso que decidi escrever este post, para transmitir um pouquinho dos ensinamentos dela.

O texto inicia com “Eleva o pensamento”, o pensamento mais elevado é o pensamento divino, focado no espírito. Com ele nós evitamos a angústia e as perturbações. Em seguida ela diz: “Vês a glória do mundo? É glória vã, nada tem de estável, tudo passa! Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa!”. É aqui que está a mensagem mais bonita e profunda desse texto. Nestas frases ela fala das INSATISFAÇÕES do ser humano. É aquela questão da “medida insaciável”, o homem está sempre insatisfeito, sempre falta alguma coisa, nunca está 100% feliz e realizado, nunca tem dinheiro suficiente, amor suficiente, status e prestígio suficiente, sexo suficiente, roupas e calçados suficientes etc. O ser humano sempre quer mais e mais. Isso faz parte da sua natureza. Por isso que ela fala nada tem de estável, tudo passa! Porque todos os desejos humanos e mundanos são INSTÁVEIS. A glória do mundo é uma gloria vã, mas acredito que mais de 90% das pessoas querem essa glória, que tem uma profunda relação com a VAIDADE. Quando se chega na vaidade o bicho pega, porque se trata de uma das maiores fragilidades humanas, e segundo o professor Leandro Karnal, é a maior fragilidade humana e o maior pecado, pois leva a todos os outros pecados. Recomendo fortemente que assista a esse vídeo, em que ele trata da questão da vaidade.

No final do texto ela diz: “Ainda que tudo percas, só DEUS basta! Quem a DEUS tem, nada lhe falta. Só DEUS basta!”. Se você entender bem essas palavras pode mudar a sua vida para sempre. O que ela quer dizer com essas palavras? Ela quer dizer que a única coisa ETERNA e INTRÍNSECA de todo e qualquer ser humano é o amor de Deus. Deus não está em igrejas, não está em templos, não está em reza de terços, penitências, nada disso. Deus é uma energia, e essa energia está dentro de você. E se você por em prática essas palavras universais da Santa Teresa terá a experiência mais sublime do amor de Deus. Talvez algumas pessoas leiam isso e fiquem chocadas, mas essa é a mensagem da Santa Teresa, uma mensagem para todos, não importando qual religião siga.

Portanto amigos. Vamos elevar o pensamento, aspirar as coisas celestes e vivenciar a glória divina. Esse é o meu maior desejo para você! E para concluir, vou deixar o link com a belíssima canção da irmã Kelly Patrícia…

* Para ouvir a leitura desse texto basta clicar [aqui]

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A paixão segundo Rubem Alves

Por Isaias Costa

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Quem nunca se apaixonou não é? Quando estamos apaixonados parece que tudo na nossa vida fica mais colorido, as pessoas mais agradáveis, as raivas se esvaem, as palavras da pessoa amada soam como poesia nos nossos ouvidos, o coração bate mais rápido, nos tornamos mais risonhos etc. A paixão é um tema maravilhoso e que atrai praticamente todas as pessoas. Para refletir sobre isso, compartilho uma crônica incrível do grande escritor Rubem Alves.

Quando leio algo a respeito da paixão me vem em mente a bela frase do grande poeta Vinicius de Morais que diz assim: “Para se viver um grande amor é preciso ter a insensatez de um coração constantemente apaixonado”. Essa ideia é bem interessante porque uma pessoa sensata da forma que o Vinicius está dizendo, é aquela pessoa que desconfia de tudo e no fim, acaba se frustrando no amor. Muito cuidado para não ser você uma destas pessoas…

Veja o que o meu amigo Rubem Alves tem a dizer sobre esse sentimento tão forte e intenso. Espero que goste…

A paixão é emoção gratuita. Não há causas que a expliquem. Mas, quando acontece, ela age como uma artista: da paixão surgem cenas de beleza. Os amantes se imaginam andando de mãos dadas por campos floridos abraçados numa rede silenciosos, diante do fogo da lareira contemplando o rosto de um nenenzinho adormecido… Paisagens de paixão

Dedico esta crônica aos apaixonados, mesmo sabendo que servirá para nada: é inútil falar aos apaixonados. Os apaixonados só ouvem poemas e canções. A paixão, experiência insuperável de prazer e alegria, pelo fato mesmo de ser uma experiência insuperável de prazer e alegria, coloca o apaixonado fora dos limites da razão. Todo apaixonado é tolo.

Pode ser que ele escute a fala da razão. Escuta mas não acredita. Diz ele: O meu caso é diferente! Tolo mesmo é quem tenta argumentar com os apaixonados.

Começa, pois, assim, minha inútil meditação com um verso terrível de T. S. Eliot. Ele está rezando. Ele sabe que somente Deus tem poder para lidar com a loucura da paixão. Ele reza assim: . . . livra-me da dor da paixão não satisfeita e da dor muito maior da paixão satisfeita.

Todo mundo sabe que paixão não satisfeita dói. Mas poucos sabem que a paixão só existe se não for satisfeita. A paixão é fome. Ela só floresce na ausência do objeto amado. Mais precisamente, ela vive da ausência do objeto amado. Não se trata de ausência física, do objeto amado distante, longe. A dor da ausência física tem o nome de saudade.

Saudade tem cura. A saudade é curada quando o seu objeto volta. A dor da paixão é diferente. Não tem cura. A saudade do objeto amado, mesmo quando ele está presente, é o perfume característico da paixão.

Cassiano Ricardo sabia disso e escreveu assim:

Por que tenho saudade
de você, no retrato
ainda que o mais recente?
E por que um simples retrato
mais que você, me comove,
se você mesma está presente?

Que coisa mais esquisita! Como pode ser isso? Como se pode sentir saudade de algo que está presente? A resposta é simples: a gente sente saudade de uma pessoa presente quando ela está se despedindo.

Cecilia Meireles, desenhando sua avó morta, a quem ela muito amava, disse: Tu eras uma ausência que se demorava uma despedida pronta a cumprir-se. Dirão: é natural um dia ela possuirá o objeto da sua paixão. Mas a ‘dor muito maior’, da paixão satisfeita, não tem mais esperanças. O objeto se desfez. Ela vive na tristeza do objeto perdido.

Escrevi uma história sobre isso. A Menina era apaixonada pelo Pássaro Encantado. Mas ela sofria porque o Pássaro era livre, O Pássaro Encantado era sempre uma ausência que se demorava, uma despedida pronta a cumprir-se. O Pássaro lhe disse que era preciso que fosse assim, para que eles continuassem apaixonados. Ele sabia que a paixão não ama pássaros em voo. Mas a Menina não acreditou. Prendeu-o numa gaiola.

Gaiola? Há as feitas com ferro e cadeados. Mas as mais sutis são feitas com desejos. Esquisito o que vou dizer: a alma é uma biblioteca. Nela se encontram as estórias que amamos Romeu e Julieta, Abelardo e Heloisa, O paciente Inglês, As Pontes de Madison, A Menina e o Pássaro Encantado. As estórias que amamos revelam a forma do nosso desejo. Delas escolhemos uma, é a nossa gaiola. Gaiola na mão, saímos pela vida à procura do nosso Pássaro. Quando imaginamos havê-lo encontrado, uh, que felicidade! Ficará feliz em nossa gaiola. Será o amante da nossa estória de amor: eu prá você, você prá mim. . . Nós colocamos lá dentro e pedimos que nos cante canções de amor.

Acontece que o Pássaro também tinha a sua estória. E era outra. Todo Pássaro deseja voar. Ele bate suas asas contra as grades, suas penas perdem as cores e o seu canto se transforma em choro. E, de repente, ele se transforma. Não mais o reconhecemos, é um outro. Essa é a razão por que a dor da paixão satisfeita é muito maior.

Passaros dezenho

* Para ouvir a leitura desse texto basta clicar [aqui]

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O oceano do desconhecido

Por Isaias Costa

Um dos melhores documentários que assisti em 2013 foi o “Eu maior”, riquíssimo de ensinamentos e lições de vida. Já assisti duas vezes e revi diversos trechos. Hoje vou fazer uma breve reflexão a partir de um dos trechos em que o Físico Marcelo Gleiser fala.

“Eu estou muito interessado hoje em dia na questão do conhecimento, do quanto a gente pode conhecer sobre o mundo. Então, uma maneira de você representar isso, metaforicamente, é você pensar que tudo o que a gente conhece está numa ilha e essa ilha é cercada pelo desconhecido e, à medida que o conhecimento vai avançando, a gente vai desenvolvendo novos instrumentos, novas teorias, e tal. Essa ilha vai crescendo, mas, à medida em que ela cresce, cresce também a margem que ela faz, a fronteira com o desconhecido. Ou seja, quanto mais a gente conhece sobre as coisas, mais a gente desconhece também. Mais perguntas surgem e essa questão está ligada profundamente com a questão do quanto a gente pode conhecer do mundo, porque o ponto é que se, o oceano do desconhecido, vamos dizer assim, em princípio é infinito, ou seja, a gente, mesmo que o conhecimento humano aumente com o tempo, a gente nunca vai poder conhecer tudo sobre o mundo. Então a nossa visão do mundo é, necessariamente, incompleta. Então, a gente tem que viver com essa sabedoria, que a gente nunca vai poder ter uma visão completa do mundo, o que não nos torna menos humanos. Na realidade, nos torna mais humanos e menos deuses…”

oceano

Eu achei incrível essa sua colocação e penso da mesma maneira. É aquela velha questão filosófica sobre o “Só sei que nada sei”. Quanto mais conhecemos sobre o mundo, mais o desconhecemos. Esse é, para mim, um dos mais belos paradoxos da humanidade. Eu sou apaixonado pelo conhecimento, amo a leitura e a aquisição de novos conteúdos. Contudo, tenho essa consciência do quanto não sei e preciso me aperfeiçoar. É interessante destacar a profunda relação que existe entre o conhecimento, a humildade e o ego. Para que possamos crescer em conhecimento e sabedoria é preciso desenvolver a humildade e também se desvencilhar do ego. O ego é um dos maiores destruidores da criatividade e da mente aberta para o novo. Mais uma vez retorno ao paradoxo, quanto mais penso que sei, menos eu sei e mais me afasto do conhecimento da verdade e do desenvolvimento da sabedoria.

Eu erro: logo existo

Essa questão do lado humano e divino é muito interessante. Nós somos deuses, pois temos dentro de nós um poder criador imenso. Não me entenda mal! Essa colocação soa estranha para as pessoas mais religiosas. Não estou falando em divindade em termos de mundo ou universo físico, mas em humanidade. Somos deuses para a criação de coisas no mundo do humano. Há uma dualidade entre o humano e o divino. Quanto mais pensamos que somos deuses, menos humanos nos tornamos e quanto menos pensamos que somos deuses, mais nos tornamos humanos e, além disso, quanto mais humanos nós somos, mais crescemos na dimensão do espiritual, que também está vinculado ao nosso lado divino. Essa é uma discussão filosófica, mas não é tão difícil de compreender. Em resumo, quanto mais crescemos em humildade e nos desvencilhamos do ego, mais nos tornamos humanos, consequentemente mais espirituais e por fim, mais divinos. Porém, esse é um caminho de autoconhecimento que deve ser buscado diariamente e incessantemente. Devemos estar sempre abertos para o desconhecido e para o aprendizado de novas ideias. Desta forma, podemos crescer em sabedoria e em amor.

O olhar desatento

Curinga (2)

Quero concluir deixando uma excelente sugestão de leitura que me veio em mente desde a primeira vez que assisti a esse documentário. Trata-se do livro “O dia do curinga”, do escritor norueguês Jostein Gaarder. Este é um livro de teor filosófico com uma leitura muito simples e profundamente instigante. Ele mostra de forma incrível esse oceano do desconhecido. O personagem da estória principal encontra uma ilha e ela vai crescendo cada vez mais à medida em que ele adentra seus territórios. Exatamente como foi descrito pelo Marcelo Gleiser nesse vídeo. Esse foi um dos livros que mais marcou a minha vida e me ajudou a despertar minha alma filosófica. Quem sabe ele não faz o mesmo com você? Deixo abaixo o link de uma excelente sinopse deste livro. Vale muito a pena a leitura… Vamos navegar no oceano do desconhecido?…

Sinopse: o dia do curinga

* Para ouvir a leitura desse texto basta clicar [aqui]

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Ninguém é 100% bom ou 100% mau

Por Isaias Costa

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Hoje eu quero fazer uma breve reflexão sobre as perspectivas que temos sobre as pessoas, a partir de algumas palavras do mestre Dalai Lama, extraídas de seu livro “A arte da felicidade”.

“Nós precisamos dedicar algum tempo a procurar com seriedade por um ângulo diferente para encarar uma situação. Não apenas de forma superficial. Mas de modo aguçado e seguro. Precisamos recorrer a todo nosso poder de raciocínio e examinar a situação com a maior objetividade possível. Por exemplo, poderíamos refletir sobre o fato de que quando estamos realmente irados com alguém temos a tendência a perceber essa pessoa como alguém com 100% de qualidades negativas. Exatamente da mesma forma que, quando somos atraídos por alguém, nos inclinamos a considerar que essa pessoa tem 100% de qualidades positivas.

No entanto, essa percepção não corresponde à realidade. Se nosso amigo, que consideramos tão maravilhoso, nos fizesse um mal intencional de algum modo, de repente nós perceberíamos com nitidez que ele não era de fato composto exclusivamente de qualidades positivas. Dessa mesma forma, se nosso inimigo, aquele que odiamos, vier a nos implorar perdão com sinceridade e continuar a nos demonstrar benevolência, é improvável que continuemos a encará-lo como totalmente mau.

Portanto, mesmo quando estamos com raiva de alguém que imaginamos não ter absolutamente nenhuma qualidade positiva, a realidade é que ninguém é inteiramente mau. Se procurarmos com bastante afinco, descobriremos que esta pessoa deve ter algumas boas qualidades. Logo, a tendência de considerar que alguém é totalmente negativo tem origem na própria projeção mental, em vez de derivar da verdadeira natureza do indivíduo”.

*********

Estas são palavras simples para falar de algo extremamente profundo, as PERSPECTIVAS. O ser humano tem essa tendência de achar que ou uma coisa é 100% isso ou 100% aquilo, não é bem assim. Nós não podemos dizer que alguém não tem qualidades ou só tem defeitos. Esse pensamento superficial leva a muito sofrimento para a maior parte das pessoas. Tem uma coisa que já falei algumas vezes em textos anteriores e que vale repetir, trata-se das EXPECTATIVAS. Nós não devemos criar expectativas com relação às pessoas, porque muito provavelmente elas irão nos decepcionar, e quando alguém nos decepciona temos essa tendência natural de achar que essa pessoa é um mar de defeitos e erros. Calma! Por que pensar assim? Eu acho isso uma tremenda hipocrisia, por um motivo muito simples, quando pensamos que os outros são mares de erros deixamos de olhar para nós mesmos. Você pensa que é perfeito? Que não erra? Que também não tem milhares de defeitos? Isso é horrível meus amigos! Eu estou tratando da questão do JULGAMENTO lá na sua raiz. Não julgue ninguém! A única pessoa que você tem o direito de julgar é a você mesmo, e esse julgamento é o que pode fazer de você alguém melhor.

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Eu adoro uma frase de uma linda música do Renato Russo que diz: “Todos se afastam quando o mundo está errado. Quando o que temos é um catálogo de erros. Quando precisamos de carinho, força e cuidado”. Esta frase é bem triste, mas muito real. O Renato compôs essa música quando estava no ápice da depressão, e o que ele transmitiu nela é exatamente o que muitos passam e quase sempre sofrem calados. É mais uma vez a questão do julgamento.

O Renato sofreu muitos julgamentos pelo fato de ser homossexual, de ser HIV+ e de ser extremamente sensível e emotivo. Muitos se afastavam dele por causa disso, sendo que seu coração era muito bondoso e amoroso. Veja só! Renato Russo é um ótimo exemplo, ele não era 100% bom, mas estava longe de ser 100% ruim, e ele só não foi ainda melhor do que foi porque se AUTOSSABOTAVA, hipervalorizando seus sofrimentos e sentimentos de rejeição, abandono etc. Muitas vezes ele se diminuía, como se seu sofrimento fosse maior que o das outras pessoas. Essas e outras o levaram a ter graves crises de depressão, até ter como desfecho a morte prematura. Eu tenho muita admiração por ele. Com certeza foi um dos maiores compositores que esse país já teve e um grande intelectual também…

Quero concluir falando dos relacionamentos amorosos. É impressionante a questão do AMOR e ÓDIO. Muitos relacionamentos começam com o rapaz achando a moça uma princesa encantada e vice-versa, e depois de certo tempo, quando esse encantamento, que é a paixão, acaba, começam brigas e mais brigas que muitas vezes terminam com o rompimento do namoro. O que quero dizer é que muitas vezes esses relacionamentos foram muito bons e satisfatórios enquanto duraram, mas a pessoa só se prende às situações que levaram ao rompimento, sem lembrar que durante o relacionamento ela foi feliz e realizada, esquece que mudou muitas coisas, que aprendeu a ser melhor, que a outra pessoa agregou valores positivos etc.

É aqui que vem a questão do ódio. Muitos casais terminam relacionamentos se odiando, alguns chegam até a dizer coisas do tipo: “Eu prefiro ver o cão na minha frente a ver fulano(a) de tal…”. Mas espere! Essa pessoa é tão odiosa assim? E todo aquele tempo que vocês passaram juntos? Não serviu de nada? Durante 6 meses, 1 ano, 2, 3, 4 anos essa pessoa era um anjo e de repente, num piscar de olhos, se transformou em um monstro? Pois é. O grande Dalai Lama também está falando sobre isso nessa pequena passagem. O nome disso é PERSPECTIVA. Se você olhar as pessoas sob a perspectiva de que elas têm muitas qualidades, você passará a viver de forma muito mais plena e feliz.

Enfim. Vamos colocar em prática na vida essa grande verdade: “Ninguém é 100% bom ou 100% mau…”. Pense sobre isso…

 

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Carregar o mundo nas costas

Por Isaias Costa

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Todo mundo tem defeitos e eu sou uma pessoa que está aprendendo a não ter medo de revelar os meus, um grande defeito que tenho é de às vezes achar que tenho que resolver tudo e estar bem 100% do tempo, ou seja, eu sou uma pessoa que se cobra demais às vezes e estou aprendendo a lidar com isso de forma mais serena e equilibrada.

Para refletir sobre isso quero compartilhar um pequeno texto do meu amigo Thiago Rebouças e que fala justamente sobre carregar o mundo nas costas.

“Os heróis também podem sangrar” O que muita gente esquece é que não se pode ser forte o tempo todo. Você pode se sentir cansado, você pode ter medo, você pode não conseguir acertar sempre. Faz parte da nossa natureza. Às vezes o que você precisa é ser acolhido, se esconder… Pelo menos uma vez deixe de tomar as decisões, deixe de ser a pessoa que tem que se preocupar com tudo! Ai você pode dizer: “Mas se eu não fizer ninguém vai fazer”. Então, que ninguém faça! Não carregue a responsabilidade do mundo nas suas costas. Você não vai conseguir. Se você não for 100%, não se preocupe, ninguém é. E se alguém deixar de te admirar por isso, é porque a pessoa nunca admirou você de verdade. O amor nasce a partir das imperfeições. E não é quando você tem tudo, mas sim quando você não tem nada a oferecer. É assim que nos sentimos mais humanos. Tá na hora de você ser salvo por alguém. É a sua vez de ser carregado.

Eu achei esse texto a minha cara. Eu até já falei para as pessoas que me são mais próximas que o fato de escrever sobre a vida, sobre sonhos, sobre sucesso, sobre espiritualidade… quase todos os dias, não me faz melhor do que ninguém, não! Eu erro e erro muito, talvez mais do que você que me lê agora! Por essas e outras eu tenho procurado ser mais sereno e compassivo. Estou procurando fazer o melhor possível para ajudar as pessoas, mas sei que estou longe de alcançar o máximo do meu potencial.

Tem uma frase que acho muito bonita e mostra um pouco do que sinto de vez em quando, uma frase do cantor e compositor Humberto Gessinger que diz: “Você esquece que eu não sou de ferro, e até o ferro pode enferrujar…”. Eu sou um pouco assim, tento ser forte como o ferro na maior parte do tempo, mas às vezes eu enferrujo e, nestes momentos, mais do que nunca, paro para refletir e pedir o aconchego das pessoas que me são mais próximas. Mais uma vez eu repito, um amigo verdadeiro é muito importante nesses momentos em que nos sentimos “enferrujados”. Valorize os seus amigos mais sinceros, a presença deles em sua vida é uma dádiva de valor inestimável.

Quero concluir falando sobre o amor e as imperfeições. É bem verdade que o amor nasce das imperfeições. Você já reparou no quanto os heróis do cinema são solitários? Eles são solitários porque são sempre vistos pelos outros como “perfeitos”, e não são, não existe ninguém perfeito, nem mesmo os heróis. O que acontece com os heróis do cinema é que as pessoas contam com eles apenas para serem salvas, e não para uma conversa boba ou uma saída para curtir um pouco. E isso gera solidão, porque ninguém pode ser um “Herói” ou um “Messias” o tempo todo, na realidade pensar isso é algo um tanto egocêntrico ou desequilibrado. Eu escrevi sobre as pessoas “Messias” em outro post. Para quem quiser ler, segue o link.

Pessoas Messias

E como eu adoro música, quero deixar a música do Humberto Gessinger que falei, ela se chama “Não é sempre”. Espero que goste…

* Para ouvir a leitura desse texto basta clicar [aqui]

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Valor e Preço

Por Isaias Costa

Hoje vou tratar de um tema extremamente amplo e rico de interpretações. Vou fazer uma breve reflexão sobre duas palavras muito diferentes e que constantemente são confundidas, ou utilizadas em contextos equivocados: PREÇO e VALOR.

Vivemos em uma sociedade capitalista que visa sempre e cada vez mais o TER, a aquisição de bens materiais, a felicidade vinculada a conta bancária, ou a um corpo bonito, jovem e sarado, ao emprego, a quantas viagens e lugares bonitos conheceu etc. Esta é a sociedade que esqueceu o mais importante, o SER. Nela, praticamente tudo é determinado em termos monetários, em preço, e esse preço tem uma relação direta com o ter. Já o valor é uma palavra muito mais rica de sentido e está relacionada com o ser.

O que é valor? Esta palavra tem inúmeros significados, inclusive ela é utilizado para falar de bens materiais. Nós dizemos: “Tal objeto tem mais valor do que aquele…”. Está correta esta colocação, ela é utilizada para dizer que o objeto oferece mais conforto, ou mais opções, vantagens etc. No entanto, a palavra valor tem um sentido muito mais amplo e vou mostrar apenas alguns exemplos.

Você deve conhecer o famoso ditado que diz: “Existem coisas que o dinheiro não compra…”. Esse ditado está falando sobre aquilo que tem valor e não preço. Por exemplo: Estar com toda a família reunida na hora da refeição, esse momento é mágico e muitas famílias já não o fazem mais, justamente por causa dessa corrida contra o tempo, muitos almoçam no trabalho, ou em um restaurante perto do trabalho, pois o tempo é curto e não há possibilidade de ir até em casa, ou acontece também de haver esta possibilidade, mas uma companheira não deixa que aconteça, estou falando da TV, muita gente troca este momento com a família para ficar diante dela, é uma pena, mas é uma dura realidade.

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Um abraço, um sorriso, um beijo, um carinho, uma conversa, um telefonema, palavras de aconchego a um amigo que está sofrendo, um dia na companhia de um amigo ou um parente que está hospitalizado etc. Todas essas coisas simples da vida possuem um valor inestimável. Vamos valorizar essas pequenas coisas…

A vida é uma odisseia

Orar, meditar, silenciar, fazer parte de um grupo religioso, seita etc. Tudo aquilo que tem cunho espiritual tem valor e não preço. É impossível contabilizar em dinheiro o benefício de um momento de meditação, ou da participação em um grupo de oração. A pessoa se sente mais feliz, mais harmoniosa, mais serena, e tudo isso se reflete no próprio dia a dia, na saúde do corpo, no convívio com as pessoas, na superação de limites, no enfrentamento das adversidades. Perceba que não há como se colocar o dinheiro no que citei! Isso se chama VALOR.

O valor de uma apresentação de teatro é infinitamente superior ao seu preço...

O valor de uma apresentação de teatro é infinitamente superior ao seu preço…

A cultura de um modo geral. Aqui há uma sutileza que preciso explicar. Existe um preço oferecido por quase tudo relacionado a cultura, porém, elas nos passam um valor que quase sempre está bem acima do dinheiro estabelecido. Por exemplo: uma apresentação de teatro que você paga R$ 5,00 para entrar e se encanta com a beleza da encenação, dos cenários, das histórias, dos risos. O preço é irrisório frente ao valor, entende? Porque a alegria e satisfação ao sair do teatro não tem como medir com dinheiro. Um livro que você compra por R$ 30,00 e lhe leva a mudar de postura, a tomar uma decisão que estava sendo postergada a anos, a ter esperança em algo que já não via mais, a conhecer sobre uma área que sempre teve vontade e nunca oportunidade… Esses R$ 30,00 não representam nem 1% do benefício por ele oferecido, pois ele oferece valor.

Um bom texto ou uma boa música, elas oferecem valores que não se podem medir com dinheiro, pois mudam a vida, mexem com as perspectivas, com os sonhos, com as metas, com as mudanças de vida e por aí vai. Já aconteceu comigo de ouvir uma música e mudar completamente de ideia sobre alguma coisa, ou de ler um texto e mudar um comportamento que antes só me fazia sofrer. Acredito que o mesmo já tenha acontecido com você, não é? Isso se chama valor. Tempos atrás escrevi um texto falando mais sobre isso, deixo o link abaixo.

O poder de uma boa música ou um bom texto

Quero concluir falando sobre outro exemplo de valor, comparando com preço. Este blog! Eu procuro transmitir valores através dele e isso não há como medir com dinheiro. Aliás, não ganho dinheiro para publicar os textos desse blog, faço isso porque sei que posso ajudar as pessoas com minhas palavras, posso transmitir um pouco do que me foi ensinado desde que me entendo por gente e posso compartilhar experiências com os leitores. Tudo isso me dá uma alegria e satisfação que transcende absolutamente o preço, ou seja, o dinheiro.

Enfim! Espero que você se importe cada vez mais com o valor (o SER) e menos com o preço (o TER), pois o que fica no nosso coração e na nossa memória sempre é o que tem valor e não preço…

* Para ouvir a leitura desse texto basta clicar [aqui]

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A sutil destruição dos laços humanos

Por Isaias Costa

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O mundo globalizado e cada vez mais virtual no qual estamos inseridos tem sofrido demais com a drástica mudança nos níveis de relacionamentos afetivos. Para você ter novos amigos basta dar um clique no facebook e logo você cria a sua “lista” de 500, 1000, 2000 “amigos do facebook”. Mas será que essas amizades são sólidas? Será que elas preenchem os nossos vazios interiores e sentimentos de incompletude? Para refletir sobre isso, compartilho um vídeo fabuloso do grande sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Neste vídeo, ele trata da sutil destruição dos laços humanos causados pela tecnologia. Também transcrevi toda a sua fala, caso queira ler ou imprimir. Reflita sobre isso e procure fortalecer os laços humanos, principalmente os mais próximos, pois ter amizades verdadeiras é uma dádiva de valor inestimável e uma das maiores riquezas que o ser humano pode ter…

“Um viciado do facebook me segredou, não segredou, de fato, mas gabou-se para mim de que havia feito 500 amigos em um dia. Minha resposta foi que eu tenho 86 anos, mas não tenho 500 amigos. Eu não consegui isso. Então, provavelmente, quando ele diz “amigo” e eu digo “amigo”, não queremos dizer a mesma coisa. São coisas diferentes.

Quando eu era jovem, eu nunca tive o conceito de “redes”. Eu tinha o conceito de laços humanos, de comunidades, esse tipo de coisa, mas não de redes. Qual é a diferença entre comunidade e rede? A comunidade precede você. Você nasce numa comunidade. Por outro lado, temos a rede. O que é a rede? Ao contrário da comunidade, a rede é feita e mantida viva por duas atividades diferentes. Uma é conectar e a outra é desconectar. E eu acho que a atratividade do novo tipo de amizade, o tipo de amizade do facebook, como eu chamo, está exatamente aí. Que é tão fácil de desconectar. É fácil conectar, fazer amigos. Mas o maior atrativo é a facilidade de se desconectar.

Imagine que o que você tem não são amigos on-line, conexões on-line, compartilhamento on-line, mas conexão off-line, conexões de verdade, frente a frente, corpo a corpo, olho no olho. Então, romper relações é sempre um evento muito traumático. Você tem que encontrar desculpas, você tem que explicar, você tem que mentir com frequência e, mesmo assim, você não se sente seguro, porque seu parceiro diz que você não tem direitos, que você é um porco etc.

É difícil, mas na internet é tão fácil. Você só pressiona delete e pronto. Em vez de 500 amigos, você terá 499, mas isso será apenas temporário, porque amanhã você terá outros 500 e isso mina os laços humanos.

Os laços humanos são uma mistura de benção e maldição. Benção porque é realmente muito prazeroso, muito satisfatório, ter outro parceiro em quem confiar e fazer algo por ele ou ela. É um tipo de experiência indisponível para a amizade no facebook, então é uma benção.

E eu acho que muitos jovens não têm nem mesmo consciência do que eles realmente perderam, porque eles nunca vivenciaram esse tipo de situação.

Por outro lado, há a maldição, pois quando você entra no laço, você espera ficar lá para sempre. Você jura, você faz um juramento: até que a morte nos separe para sempre. O que isso significa? Significa que empenha o seu futuro. Talvez amanhã, ou no mês que vem, haja novas oportunidades. Agora, você não consegue prevê-las e você não será capaz de pegar essas oportunidades, porque você ficará preso, preso aos seus antigos compromissos, às suas antigas preocupações. Então, é uma situação muito ambivalente e, consequentemente, um fenômeno curioso dessa pessoa solitária numa multidão de solitários. Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo. De que há dois valores essenciais que são absolutamente indispensáveis para uma vida satisfatória, recompensadora e relativamente feliz. Um é a segurança e o outro é a liberdade. Você não consegue ser feliz, você não consegue ter uma vida digna na ausência de um deles, certo?

Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos, incapacidade de fazer nada, planejar nada, nem mesmo sonhar com isso. Então, você precisa dos dois. Entretanto, o problema é que ninguém ainda, na história e no planeta, encontrou a fórmula de ouro, a mistura perfeita de segurança e liberdade.

Cada vez que você tem mais segurança, você entrega um pouco de sua liberdade. Não há outra maneira. Cada vez que você tem mais liberdade, você entrega parte da sua segurança. Então você ganha algo e você perde algo…”

Textos relacionados

* É hora de desconectar
* Ser de todos e de ninguém
* Ando só

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Deixar filhos melhores para o nosso planeta

Por Isaias Costa

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Outro dia li um artigo do grande filósofo brasileiro Mario Sergio Cortella que me fez refletir bastante sobre a educação das crianças e jovens na atualidade. Abaixo está transcrita uma parte do artigo.

A mídia como corpo docente

“Erotização precoce, consumismo desvairado, competição e não-cooperação, individualismo etc. podem estar sendo “ensinados” sem que os envolvidos na mídia se dêem conta disso.

As sociedades ocidentais contemporâneas transferiram, pouco a pouco, os cuidados com as crianças das famílias para as escolas. A formação e a informação cognitivas, morais, sexuais, religiosas, cívicas etc. passaram a ser entendidas como uma tarefa essencial do espaço escolar, em substituição a uma convivência familiar cada vez mais restrita em qualidade e quantidade.

Por isso, quando nos aproximamos do início do ano letivo, não são só as aulas que estão chegando; na prática, é a entrada ou a reentrada das nossas crianças e dos nossos adolescentes no território que se supõe seja o mais adequado para eles estarem (“em vez de ficarem nas ruas ou shoppings”). Há, assim, uma crescente sacralização do espaço escolar como um lugar de proteção/formação/salvação e, por consequência, uma maior responsabilização dos educadores na guarida das gerações vindouras. No entanto essa responsabilização beira a culpabilidade, como se a escola e os profissionais nela presentes tivessem, isoladamente, o exclusivo dever de dar conta de toda a complexidade presente na educação da juventude.

É preciso, porém, observar um fenômeno que explodiu nos últimos 20 anos: uma criança dos centros urbanos, a partir dos 2 anos de idade, assiste à televisão, em média, durante 3 horas diárias, o que resulta em mais de 1.000 horas como espectadora durante um ano (sem contar as outras mídias eletrônicas, como rádio, cinema e computador). Ao chegar aos 7 anos, idade escolar obrigatória, ela já assistiu a programação televisiva por mais de 5.000 horas. Vamos enfatizar: uma criança, no dia em que entrar no ensino fundamental, pisará na escola já tendo sido espectadora de mais de 5.000 horas de televisão!

Quando pensamos no campo da formação ética e da cidadania, os problemas na educação brasileira não são, evidentemente, um ônus a recair prioritariamente sobre o corpo docente escolar; há um outro corpo docente não-escolar com uma estupenda e eficaz ascendência sobre as crianças e os jovens.

Cinco mil horas! Imagine a responsabilidade daqueles e daquelas que produzem as programações e as publicidades! Pense no impacto formativo sobre os valores, hábitos, normas, regras e saberes que os profissionais dessa área de mídia têm sobre os infantes e sobre a chamada primeira infância, época na qual uma parte do caráter permanente da pessoa se estrutura!”

Site: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq2501200122.htm

Se você fizer bem as contas, vai verificar que 5000 horas equivalem a 208 dias. Você percebe que as crianças ficam em média 208 dias diante da TV absorvendo conteúdos dos mais diversos possíveis entre os 2 e os 7 anos? Exatamente no período da formação do caráter permanente e da personalidade? Todos nós sabemos que a programação brasileira é deplorável, praticamente não ensina valores e princípios éticos, pelo contrário, estimula o consumismo, a insatisfação com o corpo, a vaidade, o luxo, a permissividade etc. O que fazer para mudar essa realidade? Essa é uma pergunta muito difícil e que não dá para responder com exatidão em poucas linhas. Eu acredito que o primeiro passo é haver uma mudança no nível de consciência das pessoas, principalmente dos pais, para que ofereçam tempo de qualidade para os seus filhos.

Essa sociedade consumista tem levado as pessoas a buscarem elevar seu padrão de vida a níveis assombrosos e totalmente dispensáveis. Vou explicar melhor, é incutido em nossas mentes que só seremos felizes se possuirmos um carro bonito e ultramoderno, se tivermos uma casa chique, se pudermos viajar com luxos e pompas pelo menos uma vez ao ano etc. Tal tendência está levando os jovens e adultos a correrem atrás do seu sucesso profissional de forma quase doentia, tendo como consequência uma negligência quanto a importância da família e da educação dos filhos. Estes são cuidados pelas babás e educados pela televisão. O que precisamos fazer é equilibrar o lado profissional com o pessoal e familiar, para que eduquemos os nossos filhos com mais cuidado e atenção. Enquanto essa mudança de postura não acontecer, continuaremos a ver as crianças crescerem cheias de medos, rancores, fobias, ressentimentos, carências etc. Reflita sobre essas poucas palavras e eduque o seu filho para ser um grande cidadão, pois só assim o nosso mundo poderá evoluir verdadeiramente. Sempre lembro de uma frase incrível de autoria desconhecida que diz o seguinte: “Todo mundo pensa em deixar um planeta melhor para nossos filhos… Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?”. Então? Vamos deixar filhos melhores para o nosso planeta?…

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Lealdade e confiança

Por Isaias Costa

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Hoje eu vou tratar de um tema um pouco complexo e com opiniões das mais diversas possíveis. Quero deixar bem claro já de início que estou colocando apenas um ponto de vista, como penso, mas tenho convicção de que existem milhares de outros pontos de vista sobre esse mesmo tema. Vou falar sobre LEALDADE e CONFIANÇA.

Essas palavras têm significados e importâncias diferentes. CONFIANÇA vem do latim confidare/confidere, que tem origem em co(n) (junto) + fides (fé, lealdade), traduzindo ao pé da letra seria mais ou menos “juntos na fé”. LEALDADE significa: qualidade, ação ou procedimento de quem é leal. Leal é quem é sincero, franco e honesto, é fiel aos seus compromissos.

Eu penso que a lealdade é ainda mais importante do que a confiança, e para explicar isso melhor, compartilho algumas palavras do jornalista Rodolfo Viana a esse respeito:

“Melhor que a confiança (que é você esperar que alguém aja de acordo com suas ideias) é a lealdade (que é você agir em relação a alguém). No caso de um casal, se ambos forem leais um ao outro, viverão felizes para sempre — e sem o peso de errar e trair a confiança. Vocês estarão alinhados em realizar planos futuros porque a lealdade é comum a ambos. Além disso, confiar parte do outro; lealdade, de você. Se você for leal e sua esposa for leal, terão sentimentos honestos em relação ao outro e a si mesmos (e aqui eu lembro os psicólogos que te disseram que vocês são livres e estão juntos porque escolheram livremente tal relacionamento).”

Eu achei muito sábias essas palavras. Leia mais uma vez! Elas são bem profundas! O que o Rodolfo está querendo dizer é que a confiança vem naturalmente com a lealdade. Eu penso da seguinte forma, quem é leal tem isso como uma grande virtude pessoal, às vezes chego a pensar que é algo que vem até da própria natureza individual. Ou seja, quem é leal também é confiante, porque confia em si mesmo e a partir da autoconfiança passa também a confiar em outra pessoa. O que estou colocando aqui é bem sutil e deve ser lido com bastante calma para ser bem compreendido. Um casal que é leal está junto pela alegria e pelo crescimento mútuo, estão juntos porque a presença da outra pessoa faz com que seus dias sejam ainda melhores do que já são. Enfim, a outra pessoa não está por NECESSIDADE ou CARÊNCIA, mas por COMPANHEIRISMO, o que é absolutamente diferente. Os casais que seguem essa linha normalmente têm relacionamentos muito frutuosos e felizes, chegando até mesmo a durar uma vida inteira em alguns casos, como o próprio Rodolfo fala.

Agora eu vou falar uma coisa que acho interessante. Muitos desses casais que vivem a lealdade, mesmo quando há alguma situação que leva ao término da relação, ainda conseguem ter confiança na outra pessoa, pois quando esses relacionamentos chegam ao fim, quase sempre é porque o estar com o outro já não leva mais ao crescimento mútuo, então eles resolvem seguir seus caminhos individualmente, mas sendo muito sinceros consigo mesmos e com o parceiro(a). E essa atitude sincera leva a manutenção da confiança. Você está conseguindo entender a minha colocação? É preciso ter maturidade emocional para agir dessa forma. Posso garantir que é a minoria que age dessa maneira. Tem um imenso poeta que comunga deste meu pensamento e expressou isso em um poema que se tornou famoso mundialmente e é conhecido por quase todas as pessoas. Estou falando do famoso poema “Soneto de Fidelidade”, do grande Vinicius de Moraes. Esse poema sempre vale a pena ser relido…

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

É assim que eu penso. Agora quero deixar as portas abertas para você deixar a sua opinião a respeito. Sei que o meu pensamento bate de frente com o de muita gente, então, se quiser deixar o seu, fique à vontade…

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Pequenas reflexões sobre o suicídio

Por Isaias Costa

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Hoje é a primeira vez que eu vou falar sobre o tema extremamente complexo do SUICÍDIO. Como falei no título, vou dar apenas algumas pinceladas, pois trata-se de um tema extremamente amplo e cheio de detalhes.

A maior parte das pessoas pensa que aquelas que se suicidam estão loucas, ou são egoístas, não pensam na dor das outras etc. Porém, existe tanta coisa por traz do suicídio, que tomar conclusões precipitadas não é o caminho ideal. Todos se fazem a pergunta: “Por que fulano de tal se suicidou?”, esta não é a pergunta a ser feita. A pergunta a ser feita é: “O que levou fulano de tal a cometer suicídio?”. Fazer-se essa pergunta leva a toda uma investigação dos sentimentos e do comportamento do indivíduo. Inclusive o mal, para ser entendido de forma um pouco mais clara, precisa ser visto a partir dessa lógica que estou propondo aqui. Eu escrevi um post falando sobre isso, confira…

Cortar o mal pela raiz

Eu sempre associo o suicídio com uma REPRESA. A maior parte das pessoas que se suicida faz do seu coração uma enorme represa. Elas vão guardando todas as suas dores, mágoas e mazelas na represa do coração. Mas como todos sabem! Toda e qualquer represa tem um limite, e se esse limite for ultrapassado ela se rompe. Com o ser humano é exatamente igual. Chega um momento que a dor é tão grande que se torna insuportável. Nesse ponto a pessoa já pensa que nada vai fazê-la se reerguer e seguir adiante. Os suicidas são autopunitivos, não sabem perdoar a si mesmos. Eles têm a impressão de que seus sofrimentos e mazelas são maiores do que os dos outros, e isso as leva a atentar contra a própria vida.

Tem uma frase do psiquiatra Augusto Cury que fala sobre as dores emocionais, e a partir desta frase eu vou deixar algumas palavras que podem ajudar você que lê este texto agora a se manter sempre zeloso com a sua vida e com a vida dos outros, a frase é a seguinte: “Não há lágrima que não possa ser estancada, ferida que não possa ser fechada, perda que não possa ser enfrentada e culpa que não possa ser superada”. O sentimento de culpa é um dos principais motivos que leva uma pessoa a se suicidar. Esse sentimento solapa todo o seu corpo e seus sentimentos. Um dos exemplos mais famosos da história é o apóstolo de Cristo Judas Iscariotes. O que o levou a se suicidar foi esse sentimento de culpa. Ele não conseguiria suportar a dor de trair o homem mais dócil que já pisou nesta Terra, não conseguiria viver um único dia sem pensar em tudo o que Jesus lhe ensinou e que ele não conseguiu por em prática na vida, também não conseguiria imaginar o que os outros apóstolos e todos os que amavam Jesus fariam com ele após testemunharem esse fato tão avassalador. Com certeza milhares e milhares de pensamentos autodestrutivos encheram o coração e a mente de Judas, até levá-lo a atentar contra a sua vida. Mas eu posso dizer como diz o Augusto Cury. Até mesmo Judas poderia se reerguer após a traição de Jesus. Se ele abrisse o seu coração para os outros apóstolos e dissesse com exatidão, sinceridade e humildade tudo o que o levou a fazer o que fez, e também se arrependesse profundamente do seu ato, ele se reergueria. Iria demorar? Lógico que sim! As dores emocionais levam muito mais tempo para serem curadas do que as dores físicas.

Agora eu vou falar o que acho mais importante de tudo. Para você ser um defensor da vida, um ótimo caminho a seguir é NÃO FUGIR DA DOR. Quem comete suicídio foge das suas dores, não sente que é capaz de enfrentá-las de cabeça erguida, no propósito de atingir a harmonia interior. Essa questão da fuga da dor é como a represa ou como uma bola de neve, que vai rolando e crescendo até se tornar uma avalanche. Eu escrevi um texto mais específico para tratar desse dilema, recomendo que leia ou releia.

Não fuja da dor

Com relação ao comportamento de um suicida, é muito importante observar a INTROSPECÇÃO. Ela em si não é um problema. Todos em algum nível são introspectivos. Eu mesmo sou introspectivo! Mas eu estou falando daquela introspecção doentia, que leva a pessoa a ter uma carga emocional pesada e seu olhar ficar frio, distante e sem vida. Muito cuidado! Se você conhece alguém assim, dê um jeito de se aproximar desta pessoa ou orientar alguém para conversar de forma mais profunda com ela. Esse é o perfil mais comum de um suicida, diferente daquelas pessoas alarmadas, que saem gritando em trios elétricos que vão se matar. O problema típico delas é falta de atenção dos outros e carência afetiva, e elas gritam quase sempre apenas para chamar a atenção. Na realidade, elas estão pedindo socorro pelas suas carências.

Esse é um tema bastante amplo, mas vou ficar apenas com essas ideias. Elas podem ser muito úteis. Observe o seu mundo interior e tenha coragem de bater de frente com todas as dores emocionais. Todos nós temos dores que precisam ser enfrentadas. Fazendo esse enfrentamento e se curando interiormente, o equilíbrio emocional vai pouco a pouco sendo conquistado. E se você gostou desse texto, recomendo fortemente a leitura deste artigo aqui em baixo, de autoria do psicólogo Frederico Mattos. Nele são tratados vários pontos sobre o suicídio que não abordei. Boa leitura…

Tédio, histeria e suicídio

* Para ouvir a leitura desse texto basta clicar [aqui]

* Áudio sobre o tema do suicídio [clique aqui]

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