Por Simone Oliveira
Esclarecendo alguns pontos que podem não ter ficado bastante frisados no texto anterior [link aqui].
Se você é bom entendedor, as meias palavras bastaram. Mas como a internet é um meio insípido, senti a necessidade de escrever a parte 2, para que não viessem me atacar (algo comum, quando se discorda das opiniões do autor, ataca-se a pessoa e não seus argumentos) como já vi acontecer.
Vamos lá:
Tópico 1 – A mulher e o homem são cobrados de maneiras diferentes.

Homens, ao chegarem a fase adulta, ouvem diversos comentários sobre terem arranjado ou não namoradas/esposas, serem bem colocados no mercado de trabalho, salários razoáveis, pressão em terem mais e mais influência dentro de seus meios sociais, exercerem liderança, ganharem promoção, etc.
Mulheres hoje em dia também sentem que devem ter bons empregos e sua independência, mas que no fundo elas devem deixar todos os seus desejos de lado para construir uma família feliz e estruturada, pois seus trabalhos tendem a nunca apresentarem a mesma importância que o trabalho do homem. Elas sentem que devem ser sempre bonitas, centradas e abnegadas, submissas sem deixar sua individualidade em segundo plano.
A mulher sente pender para o lado da cerimônia enquanto o homem sofre grande pressão para o sexo. Existe um entendimento comum de que para o homem o casamento tem significado de prisão. Não é à toa que são ouvidos comentários como “sossegou!”. “Game over”. “A mulher aquietou o fulano. Agora ele não vai mais pra balada, zueira, bebidas, casas noturnas, etc”. “Aquele foi fisgado.” “A dona o prendeu.”
Então, quando um casal de namorados resolve que ainda não é a hora certa para assinar os papéis (seja qual for o motivo), os amigos do cara comemoram, mas as amigas da garota sentem pena dela ou dizem que ela está sendo trouxa por esperar, perguntam se já tem data marcada ou então se já estabeleceram o tempo correto.
E isso se torna ainda pior no meio cristão, pois o sexo pré-conjugal é constantemente recriminado, o que gera insatisfação por parte de ambos. A mulher por sempre ouvir que deve se casar logo, e o homem por saber que antes disso irá ter que se preservar virgem. A mulher sente crescer a constância das indagações sobre a data do evento e o porquê de terem decidido esperar. O homem recebe críticas pesadas sobre sua sexualidade e é chamado de nomes pejorativos cada vez que o assunto “sexo” vem à tona.
Depois de casados, ambos sentem crescer a cobrança por filhos. A mulher se sente mais responsável cada vez que o assunto é tocado pois ela é a geradora. O homem sente receio, pois sabe que os gastos irão aumentar e a presença dele dentro de casa será imprescindível. A responsabilidade aumenta, “mas a felicidade compensará”, eles dizem.
Quando o filho vem, a mulher não tem escapatória e nem desculpas. Ela será quem irá cuidar do filho nos próximos meses, e, se decidir, largará o emprego de vez para educar o ser humano que acabou de nascer. Em muitos casos é isso o que ocorre, e outros, a mulher tem que se virar para cuidar de casa, do filho, do marido e de si.
A vida se arrasta desde então, entrando na rotina. Muitos casais se separam, muitos vivem em pé de guerra e desaprovam as ações uns dos outros, se afastando mais e mais da felicidade, da plenitude de espírito que tantos disseram que eles alcançariam se tivessem filhos. Um lembrete importante é o de que: se não está bom sem filhos, com eles a tarefa ficará mil vezes mais difícil. Portanto, o melhor a se fazer é resolver a situação para depois pensar em colocar mais alguém no mundo.
Mas é óbvio que para quem tem o sonho de viver uma realidade nos moldes que a sociedade impõe, não porque foi doutrinada, e sim porque gosta desse estilo e quer adotá-lo para si, ótimo! Aí fica fácil, as pressões não são sentidas e a vida que segue. O problema está em quem não se sente bem com isso, aí a coisa pega! Sou super a favor de quem adota a vida de mãe trabalhadora, esposa e dona de casa. É admirável! Sou a favor mais ainda de quem não tenta impor os mesmos modelos “a torto e a direita”, dificultando e impedindo as escolhas do próximo.
Tópico 2 – A decisão que tomamos deve ser baseada em nosso estilo de vida e não nas decisões alheias, muito menos nas pressões sociais.

Algo que em tese é de fácil compreensão, na prática se torna complicado, uma vez que sempre somos colocados contra a parede sobre as nossas próprias escolhas em relação ao senso comum sobre o que significa felicidade.
Não sei bem o qual é a ideia dos que pensam que a intimidação seja o melhor método de convencimento, mas acredito que, apesar de ter sido dura nas palavras no primeiro texto (acredite, foi preciso, devido ao teor dos argumentos defendidos) creio que sim, muitos projetam nas pessoas ao seu redor o ideal de vida que elas gostariam de ter tido, mas por questões que surgiram ao longo da jornada não puderam realizar e o tempo passou e elas desistiram, ou por falta de força de vontade ou por perderem a oportunidade. Então, sim, muitos não fazem de propósito ou para magoar, muitos fazem porque acreditam que esse seja o caminho mais simples e destro a se seguir.
Sendo assim, cabe a nós julgarmos os conselhos que servem e os que não servem para a nossa vida, e jogar fora aquilo que não nos atrai, que não fará bem para nós como indivíduos adultos, racionais e donos de nossos próprios anseios.
Tópico 3 – O mundo está cheio de pessoas que julgam a forma como as outras levam a vida. Não seja mais uma.

Esse talvez seja o ponto mais delicado que eu já toquei desde que comecei a escrever. Por isso é importante que se tenha um espaço em que você possa defender as suas ideias, argumenta-las e contrapor suas razões de maneira geral, sem ferir ou denegrir a imagem de ninguém.
Eu sei que em todos os locais existem pessoas boas e más. Porém, decidi falar pelo meu conhecimento de causa.
Posso parecer a ovelha negra da família por assumir publicamente que os evangélicos são, em sua maioria, pessoas preconceituosas e julgadoras, metidas a santas (que as vezes cometem erros escandalizadores e são frequentemente ridicularizados por isso, e com razão! Pois apontam os dedos aos que não concordam com seus ensinamentos, mas não agem conforme o que educam. Para mim, hipocrisia não merece vista grossa).
O fato é que por ser cristã e estar presente no meio de pessoas de tal modo me fez enxergar que hoje o método mais promissor de levar a mensagem de amor de Deus é pelo exemplo, pela ação solidária e pelo estudo da palavra de Deus com sinceridade de coração, pelo autoexame diário das imperfeições particulares e pelo constante esforço em tentar mudar, confiando em Deus e mostrando aos que ainda não tem essa perspectiva que é possível ser exemplo, como Cristo foi, por querermos imitar a quem seguimos pela gratidão que sentimos ao seu ato de amor Divino e santo. E não por nos acharmos melhores que os outros.
Ao aceitarmos a Deus, não nos tornamos perfeitos, nos tornamos justificados e perdoados, mas é uma luta a cada segundo contra nossas próprias vontades humanas. Luta essa que é deixada de lado a cada palavra ferina dirigida aos que não fazem parte do meio cristão, a cada olhar discriminatório encaminhado a pessoas que decidiram fazer tatuagens, colocar piercings ou se vestir diferentemente do convencional. O propósito de ser cristão se deturpa a cada piadinha de mal gosto proferida por um religioso envolvendo negros, pobres, mulheres e animais.
E por fim, o nome de Cristo é envergonhado a cada momento que prostitutas e transexuais são ridicularizados e lembrados que estarão no inferno no dia em que morrerem e que isso é fruto de suas escolhas de vida fácil nessa terra. Homossexuais são os que mais sofrem nessa história, e Deus se entristece ao perceber que um filho seu trata com desprezo aos seus semelhantes justo quando eles mais precisam de carinho e atenção.
Talvez por isso tanto ódio seja despejado contra os crentes. A própria designação já é motivo de chacota. Não os culpo. Muitos fizeram por merecer esse estigma, porém, todos pagam por isso. Dessa forma, peço perdão se alguma vez, e isso com certeza já aconteceu, o preconceito no meio evangélico foi mais forte. As palavras podem ter machucado, gerado ódio e aversão, mas quero dizer que nem todos são iguais. Não generalize. E lembre-se: Se você é cristão e age assim, lute para mudar. Do contrário, quem não irá para o céu será você.
Tópico 4 – Assuma as consequências das suas escolhas. Não vale reclamar, depois que você tomou para si os conselhos errados.

Decidiu se casar? Assuma as responsabilidades.
Decidiu ter filhos? Assuma as responsabilidades.
Decidiu ficar solteiro(a)? Assuma as responsabilidades.
Decidiu montar um negócio próprio? Assuma as responsabilidades.
Decidiu qualquer coisa para a sua vida? Assuma os riscos, responsabilidades e consequências.

E, por último, fechando com chave de ouro: Não se prenda aos comentários bisbilhoteiros quando resolver fazer o que você tanto ama. Não dê tanta importância às palavras. Os resultados positivos começarão a aparecer. Confie, você verá!
Simone Oliveira. Santos-SP. Bacharel em Engenharia Civil por formação e escritora por gosto. Estuda para concursos e se dedica às aulas particulares de exatas, ao namorado, à família e às suas atividades na igreja. Ainda não descobriu seu propósito na vida, mas tem certeza de que tem um. Pede que Deus a guie por esse caminho até a sua volta.