Arquivo do mês: junho 2022

Todas as religiões trazem sabedorias que agregam valor às nossas vidas

Por Isaias Costa

“A pessoa que tem uma verdadeira experiência religiosa a mantém oculta no coração e não a espalha aos quatro ventos. Talvez possa conversar a respeito dela com outras pessoas que vivenciaram algo semelhante, sabendo que o que vivenciou é algo que Deus lhe revelou, mas que pode ter expressado também para outros de uma forma completamente diferente ou com um conteúdo distinto. Desse modo, surge naturalmente um profundo respeito pela ‘religio’ do outro (se for genuíno) e a necessidade de não atacá-la. Somente a pessoa que duvida de si mesma se vê sempre compelida a conquistar o maior número possível de admiradores para abafar as próprias dúvidas. Por conseguinte, Jung salienta que a experiência religiosa traz consigo sua própria prova, ainda que ao mesmo tempo o ego, apesar dessa experiência, nunca desista de duvidar de que a compreendeu corretamente. ‘Da minha parte, disse Jung, prefiro a dádiva preciosa da dúvida, porque ela não viola a virgindade das coisas que estão além do nosso alcance’. Essa atitude permanece eternamente nova e aberta a experiências internas ainda mais abrangentes.”

Marie-Louise von Franz

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Essas são palavras muito inspiradoras e diria até necessárias nesse tempo de tanta intolerância, tanta difamação, tanto desrespeito, tanto senso de verdade absoluta e por aí vai.

Essa grande psicoterapeuta, inspirada nos seus próprios estudos e na sabedoria do Carl Jung, nos ensina que o mais importante de tudo é ter a mente aberta para conhecer, para aprender, para adentrar no desconhecido e desta forma desbravar todo um universo de possibilidades e conhecimentos!

O que achei mais perfeito foi a citação de Jung: “prefiro a dádiva preciosa da dúvida, porque ela não viola a virgindade das coisas que estão além do nosso alcance”.

São palavras sábias e preciosas! Por mais que a gente estude, se aprofunde, leia um livro inteiro por semana, jamais conheceremos nem mesmo uma poeirinha do que há para ser conhecido. E mesmo as pessoas mais sábias e eruditas, o que elas sabem é simplesmente nada frente a um universo de coisas que não sabem!

Esse é o princípio por trás da famosa frase do oráculo de Delfos que é associada ao mestre Sócrates: “Só sei que nada sei”. Não quer dizer que ele não conhecia nada, não tinha nenhum conhecimento. Pelo contrário! Sócrates foi considerado o maior sábio da sua época, mas é porque ele tinha consciência absoluta de que aquilo que não sabia era absurdamente maior do que o pouco que sabia!

Levando essa mesma lógica para as religiões e seus livros sagrados, o que há pra se conhecer é um universo imenso. Só o Mahabharata da cultura hindu são milhares e milhares e milhares de versos belíssimos e ao mesmo tempo complexos! Só esse livro sagrado já é suficiente para nos tomar toda uma vida se quisermos estudar em profundidade. Temos a bíblia sagrada dos cristãos, os evangelhos apócrifos, o Alcorão, a Torá, o Talmude, o I Ching, o Tao Te King e zilhões de outros livros considerados sagrados e repletos de ensinamentos.

É uma arrogância sem tamanho dizer que a sua religião é a melhor ou é a única que leva a Deus. Quem diz esse tipo de absurdo ainda não entendeu nada sobre os ensinamentos dos livros sagrados e tem muito chão pela frente até sair dessa ignorância.

Esse é o cerne da mensagem da querida Marie-Louise von Franz e do Carl Jung. Espero que essas palavras tenham lhe inspirado tanto quanto me inspirou e você tenha a curiosidade de aprender um pouquinho com a sabedoria das outras religiões fora da que você já frequenta, ou mesmo se não é adepto de nenhuma, que tenha a mente aberta para aprender com tantas sabedorias diferentes, mas todas riquíssimas em valores para a nossa vida e nosso desenvolvimento!…

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