Arquivo do mês: janeiro 2023

Existe uma forma de transformar o passado

Por Isaias Costa

“Quando o Buda disse “Não persiga o passado” ele estava nos dizendo para não sermos subjugados pelo passado. Ele não quis dizer que deveríamos parar de olhar para o passado de forma a observá-lo em profundidade.

Quando revemos o passado e o observamos profundamente, se estivermos firmemente ancorados no presente, não seremos subjugados por ele.

Os materiais do passado que constroem o presente se tornam claros quando se expressam no presente. Podemos aprender com eles.

Se observarmos estes materiais em profundidade, podemos chegar a um novo entendimento sobre eles. Isto é chamado de “olhar novamente para algo antigo de forma a aprender algo novo”.

Se soubermos que o passado também está localizado no presente, entenderemos que somos capazes de mudar o passado ao transformar o presente.

Os fantasmas do passado que nos seguem no presente, também pertencem ao momento presente.

Observá-los em profundidade, reconhecer sua natureza e transformá-los, é transformar o passado.”

Thich Nhat Hanh

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As palavras desse sábio monge trazem reflexões profundas para nós. O que achei mais interessante no que ele traz é o contraponto com o que todos nós estamos cansados de ouvir, de que não é possível mudar o passado, só podemos fazer alguma coisa no momento presente.

Quando se fala que não é possível mudar o passado, é claro que estamos falando sobre as nossas AÇÕES. É impossível que mudemos a forma que agimos no passado, porém, é possível mudar a forma que olhamos para como nós agimos, a partir de um olhar de maturidade. Sabemos que hoje temos mais sabedoria, mais experiências, mais conhecimentos, mais conexões com pessoas etc. Tudo isso nos ajuda a ver o nosso passado com um olhar de transformação!

Todos nós aprendemos muito mais com os nossos erros do que com nossos acertos. É um fato! Às vezes até brinco que isso faz parte da nossa constituição mais profunda. Parece que não conseguimos enxergar um caminho de aprendizado mais tranquilo. De uma forma ou de outra, a dor e o sofrimento sempre se fazem presentes!

Mas está tudo bem! O barato da vida é não ficarmos nos chicoteando porque aprendemos somente depois de muita dor e sofrimento. O mais importante é aprender e crescer nesse processo! O Thich Nhat Hanh fala sobre esse olhar em profundidade para nos levar a refletirmos que existiram grandes lições, grandes pérolas em cada uma das nossas vivências do passado, e que nos encaminharam exatamente para onde nós estamos nesse exato momento.

Por exemplo! Às vezes é depois de um imenso sofrimento vivido por uma separação que aprendemos a nos amar com mais plenitude e depois de um tempo encontramos outra pessoa para nos relacionar e que preenche muita mais aquilo que buscamos em um parceiro ou parceira!

Às vezes é depois de passar por grandes perrengues financeiros que passamos a ver o dinheiro e como utilizá-lo de uma forma mais consciente, evitando gastos com supérfluos ou com coisas que sejam autodestrutivas como drogas, ou comidas mega processadas etc.

Às vezes é depois de passar por grandes frustrações com certas amizades que passamos a valorizar muito mais os verdadeiros amigos, aqueles que estão e continuarão conosco pro que der e vier, e por aí vai…

Se olharmos com profundidade, vamos perceber o tesouro escondido em tudo que vivenciamos no passado e podemos assim transformá-lo dentro de nós, na nossa conciência!

Reflita com carinho nas palavras do Thich Nhat Hanh e se possível até salve essas palavras para ler de vez em quando. A releitura de palavras profundas nos ajuda a internalizar mais e melhor aquilo que está sendo transmitido!

Paz e luz…

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A felicidade genuína está ligada à nossa capacidade de amar

Por Isaias Costa

“Amor, compaixão e preocupação pelos outros são verdadeiras fontes de felicidade. Se você tiver isso em abundância, você não será perturbado até mesmo pelas circunstâncias mais desconfortáveis. Se você nutrir o ódio, no entanto, você não vai ser feliz, mesmo no colo do luxo. Assim, se realmente queremos a felicidade, temos de alargar a esfera do amor.”

Dalai Lama

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Cada vez mais vemos as pessoas tristes, deprimidas, ansiosas, estressadas, com diversas patologias e diagnósticos de transtornos mentais etc. e muito disso decorre dessa falta de amor, compaixão e preocupação pelos outros.

Parece que com o avanço tecnológico, mais e mais as pessoas estão se transformando em ilhas. Pensando apenas em si mesmas, no próprio umbigo como se diz popularmente. Isso é absurdamente adoecedor, porque somos seres gregários e não canso de repetir isso aqui nos textos do blog.

Temos nossas dores e sofrimentos. Ninguém escapa deles… Nessa hora, acima de tudo, sabemos o quanto é importante termos o amor dos amigos e também dos familiares. É fácil a gente perceber que se sente muito melhor quando tem esse apoio. Mas para que isso aconteça, precisamos também ser amorosos, cuidadosos e atenciosos! É uma via de mão dupla. E claro! Saiba que não estou falando aqui sobre barganha, do tipo: “Vou ajudar o fulano porque assim, quando eu precisar, ele vai me ajudar também…”. Isso não é bacana! Esse tipo de atitude também revela uma grande dose de egocentrismo.

Ajudar simplesmente por ajudar é muito gratificante. Eu por exemplo, adoro ajudar através da escuta empática. Muitas vezes eu simplesmente fico ouvindo atentamente e acolhendo com amorosidade algumas pessoas que vêm até mim para desabafar seus sofrimentos. Eu me sinto muito bem em saber que nesses momentos eu fui uma presença que fez diferença na vida daquela ou daquelas pessoas!

E desse me sentir bem é que amplia a felicidade e o sentimento de propósito na vida. E o que deriva daí também é que vejo as minhas próprias dores e sofrimentos como oportunidades de crescimento.

Ao entrar em contato com o sofrimento das outras pessoas, vamos ampliando naturalmente o nosso amor, porque vamos entendendo que todos nós passamos por experiências muito semelhantes e podemos vencer! Nós pensamos: “Poxa! O fulano conseguiu superar aquela situação tão complicada. É claro que eu posso superar o que estou passando nesse momento também…”.

Esse breve texto é apenas um lembrete para que você seja empático, desenvolva o seu amor e a sua compaixão se conectando com as pessoas e procurando ser um canal de ajuda de alguma forma! Assim você estará contribuindo com a sua própria felicidade e também com a felicidade das pessoas que cruzem o seu caminho…

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