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Um caminho para a serenidade

Por Isaias Costa

“Serenidade é um termo que pode ser definido de várias maneiras; uma delas é a capacidade de não se desesperar diante de situações adversas.

Segundo Epicteto, o homem encontra a serenidade quando se ocupa exclusivamente daquilo que depende dele e aceita com docilidade todo o resto.

Aceitar tudo aquilo que não depende de nós é algo que só pode nos fazer bem; isso porque subtrai muitas das nossas aflições e preocupações.

A famosa “oração da serenidade” nos leva a pedir força para enfrentar o que depende de nós e docilidade para aceitar aquilo que não depende.

A oração da serenidade termina com a parte mais relevante: “dai-nos sabedoria para distinguir o que depende de nós daquilo que não depende”.

A primeira condição para a serenidade está relacionada com a humildade: aceitar que muitas coisas que nos são essenciais independem de nós!

A serenidade depende da aceitação de que vivemos uma condição de incerteza e aprender que isso é o que torna a vida uma aventura fascinante.

Se tivéssemos controle ou conhecimento de tudo o que ainda temos para viver, é provável que ficaríamos entediados e sem qualquer curiosidade.”

Flavio Gikovate

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Essas palavras do Gikovate são preciosas! Ele está nos relembrando aquilo que já sabemos, mas por causa dos estresses do dia a dia, acabamos esquecendo! Nós conquistamos a serenidade quando buscamos fazer o nosso melhor, sabendo que existem zilhões de coisas que fogem completamente ao nosso controle.

Nós sofremos porque queremos controlar o incontrolável ou mudar aquilo que não pode ser mudado, e aqui obviamente trago as pessoas de um modo geral. Cada uma tem seu jeito de ser, com todas as suas qualidades e defeitos. Mas parece que boa parte de nós foca nos defeitos em vez das qualidades!

Só de buscarmos mudar o nosso olhar para ver mais as qualidades e virtudes das pessoas, parte dessa serenidade já se instala em nós. E quando juntamente com isso aprendemos sobre a impermanência, aí vamos transformando as vivências em aprendizado e sabedoria.

As coisas raramente acontecem conforme planejamos e é maravilhoso que seja assim, porque se temos abertura de mente e de coração, aos poucos vamos percebendo que aquilo que não aconteceu exatamente do jeito que queríamos foi como uma espécie de “ajudinha do universo” para que a gente aprenda mais e cresça durante o processo.

Vou trazer um exemplo para que fique fácil de entender. Digamos que você é muito apegado à sua mãe e morre de medo de perdê-la. Por conta do apego a ela você não consegue alçar grandes voos na vida, fica com medo e inseguro de partir para o desconhecido. E por alguma fatalidade essa mãe acaba desencarnando. A perda dessa pessoa tão importante se mostra como uma baita oportunidade de transformar esse apego em maturidade, em transcendência, em evolução do ser. O que muitos acabam atinando, mas outros infelizmente não, e está tudo bem. Cada um está vivendo seus processos no seu tempo e no seu ritmo.

A serenidade é aceitar tudo aquilo que foge do meu controle e tentar extrair lições e aprendizados de cada experiência vivida.

Eu amei o final do texto do Gikovate e fiz um flashback da minha vida. Eu jamais faria a menor ideia do que estaria vivenciando hoje. Estou escrevendo esse texto no fim de maio de 2022 e muitas coisas que vivi são completamente diferentes do que imaginava há alguns anos!

Jamais iria prever que teríamos uma pandemia avassaladora deixando quase 700 mil mortos no Brasil, juntamente com uma gigantesca crise nos mais diversos setores. Eu imaginava que estaria com minha própria família estruturada e com pelo menos 1 filho. Imaginava que estaria dominando o inglês com perfeição ou que já teria feito ao menos uma viagem pra Europa. E quer saber? Nada do que citei aconteceu pelo menos até o momento em que escrevo.

Mas se eu soubesse disso anos atrás talvez ficasse triste, deprimido, me sentindo um derrotado. Olhando minha vida hoje, dá vontade de rir de tudo isso, porque na realidade a vida me direcionou para tudo aquilo que eu precisava viver, conhecendo as pessoas e lugares que eu precisava conhecer e por aí vai!

Então a impermanência é uma das maiores bênçãos da nossa vida, basta que tenhamos olhos de ver, como diria o mestre Jesus Cristo.

Que esses palavras lhe inspirem de alguma forma a seguir seu caminho evolutivo, utilizando a oração da serenidade no dia a dia e sabendo que com ela a nossa vida pode ganhar um sentido muito mais profundo…

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As oportunidades nunca deixam de surgir a cada momento

Por Isaias Costa

Opportunity – Walter Malone

Ofendem-me os que dizem que não voltarei,

Porque bati à tua porta e não te encontrei;

Porque todas as noites permaneço à tua porta,

E ordeno que despertes e te ergas para lutar e vencer.

Não chores pelas preciosas chances que passaram;

Não chores pela idade de ouro que se foi;

Todas as noites queimo o registro do dia;

Ao erguer do sol, todas as almas nascem de novo.

Ri como um menino aos esplendores que passaram.

Às alegrias que se esvaíram, sê surdo e mudo.

O meu julgamento sela o passado que morreu,

Mas nunca prende um momento ainda por vir.

Mesmo afundado na lama, não torças as mãos nem chores.

Dou o meu braço a todos os que dizem: “Eu posso!”

Nenhum pária algum dia caiu tão baixo

Que não pudesse erguer-se e ser um homem novamente!

Lastimas a mocidade perdida?

Hesitas em desfechar um golpe merecido?

Volta-te então dos arquivos apagados do passado,

E encontrarás as brancas páginas do futuro.

Choras por uma pessoa amada? Liberta-te da magia;

És um pecador? O pecado tem perdão;

Cada manhã te dá asas com que voar do inferno,

Cada noite uma estrela para te guiar aos céus.

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Eu fiquei absolutamente encantado com a leitura desse poema de Walter Malone que encontrei num famoso livro chamado “A lei do triunfo” de Napoleon Hill. O poema encarna a “oportunidade” e lhe dá voz como se fosse uma personagem.

Sempre que escrevo sobre isso gosto de primeiro ir à raiz da palavra oportunidade, que é belíssima. Ela remonta à navegação em tempos longínquos no qual existiam diversos tipos de ventos e para cada um deles eram dados nomes provenientes do latim. Um desses ventos era chamado de “ob portus”, que significa “vento que leva para o porto”. E oportunidade deriva dessa palavra. Ou seja, ela é como um vento que leva até o porto, que é um local de segurança e conforto. Interessante não é mesmo?

O que acho mais incrível é que os ventos nunca param. Depois que um vento sopra vem outro e outro e outro… Porém, vale destacar que o mesmo vento nunca sopra duas vezes e no mesmo lugar. Em outras palavras, uma vez que perdemos uma oportunidade, devemos aceitá-la e partirmos para outra. E aqui faço o link com esse belo poema. Logo na primeira linha a oportunidade diz:

Ofendem-me os que dizem que não voltarei

E ela continua dizendo:

Porque bati à tua porta e não te encontrei;

Porque todas as noites permaneço à tua porta,

****

Então só cabe a cada um de nós estar atento à passagem desse vento sutil e suave. As oportunidades surgem de “n” formas possíveis: através de uma conversa inspiradora com um amigo, de uma pessoa que esbarra com você no meio de um evento, de alguém que passa boa parte de uma viagem de avião conversando e dali se inicia uma amizade, um vídeo que você assiste despretensiosamente e tem um insight que revoluciona sua vida…

Ou mesmo de formas aparentemente tristes e decepcionantes como a perda de um emprego, a perda de uma grande amizade, a viagem para o exterior de alguém que você ama muito, a morte de uma pessoa significativa etc. Tudo isso são oportunidades disfarçadas para que nós tenhamos experiências que vão proporcionar o nosso crescimento como seres humanos nas mais diversas áreas da vida!

São extremamente inspirados esses versos:

Mesmo afundado na lama, não torças as mãos nem chores.

Dou o meu braço a todos os que dizem: “Eu posso!”

****

Aqui ele fala sobre as oportunidades disfarçadas nas experiências de sofrimento. Elas servem pra que nos fortaleçamos interiormente, principalmente no sentido espiritual. E se dizemos: “Eu posso!”, com firmeza e propósito, maravilhas vão surgir dessa determinação!

É como diria o mestre Chico Xavier numa de suas frases mais famosas: “Isso também passa!”. Momentos de dor, tormentas, sofrimentos, também vão passar, assim como momentos de glórias e grandes alegrias também dão lugar a novas experiências de dor, tristeza e sofrimento.

A vida tem esse movimento pendular o tempo todo e quanto mais cedo compreendemos isso melhor!

E os dois versos finais também são estupendos:

Cada manhã te dá asas com que voar do inferno,

Cada noite uma estrela para te guiar aos céus.

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Aqui é incrível a analogia com o olhar para cima, pra frente e para o alto, como muitos dizem. Lendo esse trecho até lembrei da querida profa. Cristina Cairo, que em todos os seus vídeos sempre começa dizendo: “Levanta a cabeça!”, pois essa é uma atitude que a própria neurociência já comprovou que faz com que nos sintamos automaticamente mais motivados e ativos.

Está passando por um momento infernal? Levante a cabeça e acione as suas asas que estão aí meio escondidas mas prontas para que você alce grandes voos! Está com a mente enovelada com a escuridão da noite? Então olhe para as estrelas e se deixe ser guiado por elas…

Que esse poema inspire você tanto quanto me inspirou, e que se for possível, escreva em algum lugar para ser relido em outros momentos ou salve esse texto para utilizá-lo como uma injeção de ânimo e força!

Vamos juntos aproveitar as belas e inúmeras oportunidades que a vida nos traz todos os dias…

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Toda ação nobre é voluntária

Por Isaias Costa

“Nada é nobre se é feito a contragosto ou sob compulsão. Toda ação nobre é voluntária.”

Sêneca

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Sempre que eu falo ou escrevo sobre o voluntariado, a primeira coisa que me vem em mente é a etimologia incrível dessa palavra. Ela deriva de volutas, que significa “vontade”. Ou seja, as atitudes voluntárias por definição só são possíveis se de fato existe vontade nas pessoas que as executam!

Então o Sêneca associa vontade com a nobreza, ou seja, algo de grande valor! E ele inicia a frase dizendo que algo feito a contragosto ou sob compulsão não pode ser nobre! Analisando essa palavra contragosto eu me lembrei de uma belíssima parábola contada por Jesus na qual ele fala sobre dois filhos que foram chamados para trabalhar na vinha junto com seu pai. O pai chamou o primeiro e este disse: “Não quero”. Porém, se arrependeu e acabou indo. Depois o pai chamou o segundo filho e este prontamente respondeu “Sim, senhor!”, mas acabou não indo! Daí, ele faz o questionamento: “Qual dos dois fez a vontade do pai?”.

Essa parábola traz um simbolismo belíssimo de que não importa tanto o que se diz, mas acima de tudo o que se FAZ, ou seja, as AÇÕES. Até porque muitas vezes, nós no calor dos momentos de raiva, impaciência, cansaço, tristeza etc. dizemos coisas que pouco depois nos fazem arrepender de termos dito. É muito fácil nos perdermos nas nossas palavras, agora quando se trata das ações a coisa é mais profunda!

São as ações que vão criando a nossa realidade e nosso destino. Então precisamos nos pautar numa ética profunda para que nossas ações reflitam o melhor que há em nós!

A segunda palavra que Sêneca traz é a compulsão, ou seja, tudo aquilo que se torna de certa forma viciante em nós. E o interessante é que às vezes temos atitudes viciantes que são vistas como positivas para a maioria das pessoas, sendo que na realidade não são. Por exemplo: você é uma pessoa que se mata de trabalhar para dar um boa condição material para a família, mas em decorrência disso não tem tempo de estar com os filhos ou com a esposa ou marido. Deixa de viver momentos preciosos ao lado deles para conseguir arcar com os custos do padrão de vida que foi estabelecido.

Esse é um exemplo clássico das pessoas que são chamadas de workaholics. Muitas delas são vistas como heróis ou heroínas pela sociedade, mas internamente quase sempre elas se sentem um fracasso nos outros setores da vida que não o profissional e financeiro.

As ações nobres segundo o Sêneca são aquelas que vêm do voluntariado. Eu faço porque quero e porque sei que é o melhor a ser feito. Para se conseguir isso é preciso acima de tudo um investimento constante e ininterrupto no autoconhecimento. No exemplo que dei sobre os workaholics, essas pessoas negligenciam vários setores importantíssimos da vida como saúde do corpo, família, amigos, lazer, espiritualidade etc. Isso está longe de ser o espírito do voluntariado proposto por Sêneca entende? Então não há nobreza em negligenciar tantas coisas que são vitais para nós…

Quero concluir esse texto relembrando um conceito belíssimo de ética que o Prof. Mario Sergio Cortella sempre traz em suas palestras e livros. Em tudo que formos fazer, precisamos nos basear em três perguntinhas básicas: “Quero? Posso? Devo?”. As ações voluntarias obrigatoriamente devem ter SIM para as três perguntas. Quero? SIM. Posso? SIM. Devo? SIM.

O Cortella costuma dizer que tem coisas que quero, posso, mas não devo. Outras eu devo, quero, mas não posso… e por aí vai! Se gera conflitos internos, então o melhor é não fazer.

Parece simples, mas na realidade esse é um exercício bastante exigente e como falei, requer um mergulho constante no autoconhecimento.

Vamos juntos nos esforçar para ter ações nobres? Ações pautadas numa vontade inabalável? Esse é o caminho para se alcançar maior plenitude na vida…

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Só podemos amar as pessoas que se parecem com o céu

Por Isaias Costa

“É isto que amamos nos outros: o lugar vazio que eles abrem para que ali cresçam as nossas fantasias. Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe.

Como seria bom se as outras pessoas fossem vazias como o céu, e não tão cheias de palavras, de ordens, de certezas. Só podemos amar as pessoas que se parecem com o céu, onde podemos fazer voar nossas fantasias como se fossem pipas”.

Rubem Alves

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O Rubem Alves era perfeito em suas metáforas! Ao reler essas belíssimas palavras, eu lembrei de uma brincadeira que toda criança adora (e claro que alguns adultos que não deixaram sua criança interior morrer também adoram), que é ver desenhos nas nuvens.

Lembro que eu brincava junto com meus irmãos e primos quando crianças. Nós deitávamos na grama onde tinha sombra e ficávamos um tempão olhando as nuvens e dizendo o que cada um achava dos desenhos formados…

O Rubem dizia: “Só podemos amar as pessoas que se parecem com o céu”. O céu permite que as nossas fantasias ganhem voz e não fica nos recriminando, muito menos dizendo o que é o certo e o que é o errado!

Já pensou como perderia toda a graça se ao brincar de ver desenhos em nuvens, alguém na brincadeira dissesse: “Tá louco! Não existe isso que você está vendo. A única coisa que tem nessa nuvem é o que eu vejo…”. Pronto! Com essa atitude arrogante acabou qualquer tentativa de curtir o momento.

Na vida, infelizmente vemos aos milhares pessoas com essa postura arrogante, cheias de certezas, e por isso mesmo, infelizes! Quanto mais o tempo passa, mais eu percebo a felicidade gigantesca que se encontra na dúvida, no não saber! Lembra a máxima do mestre Sócrates? “Só sei que nada sei”. Na sua época, as pessoas eram unânimes em dizer que ele era uma pessoa feliz, uma pessoa realizada e sábia! Muitas podiam até mesmo não gostar dele, mas não conseguiam abrir a boca pra dizer que ele era infeliz!

Que tal aprendermos com as sabedorias do Rubem Alves e do filósofo da antiguidade Sócrates?

Antes de escrever esse texto eu até pesquisei a etimologia da palavra FANTASIA, que é maravilhosa. Ela vem do grego phos (luz) e do verbo phainein (fazer aparecer). Ou seja, é a nossa luz que se faz aparecer a partir da nossa alegria, nossa verdade, nossa transparência.

Vamos deixar a nossa luz aparecer? Isso é ser simples e sábio. A nossa luz aparece a partir da abertura do nosso ser. E a abertura para a vida vem dessa postura silenciosa, acolhedora, receptiva. Quanto menos falarmos e mais ouvirmos, aí sim estaremos realmente sendo acolhedores e receptivos, e assim daremos abertura para fazer brotar, fazer aparecer a nossa luz, nossa fantasia! Não é incrível tudo isso?

Que essas poucas palavras tenham lhe trazido boas reflexões! Sigamos juntos sempre deixando viva em nós essa dimensão da fantasia…

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Não precisamos seguir pelo caminho mais difícil

Por Isaias Costa

“Poderias desfrutar agora mesmo todas as coisas que estás suplicando para alcançar tomando o longo desvio — se parasses de te privar delas.”

Marco Aurélio

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Essas belas palavras do imperador da antiguidade Marco Aurélio podem parecer meio obscuras e complicadas de entender num primeiro momento, mas nesse breve texto quero fazer um paralelo incrível que fará você entender muito facilmente a proposta dele.

O Marco Aurélio está querendo nos dizer que para quase tudo na vida nós gastamos uma energia e tempo muito maiores do que seria o ideal. O longo desvio é isso e o desfrutar é exatamente tudo o que está diante de nós agora mesmo e não nos damos conta.

Você talvez já esteja cansado de ler e ouvir as pessoas falarem que só existe o aqui e agora não é mesmo? Mas essa é uma verdade incontestável. O passado é só memória, que tem sua importância apenas como aprendizado, como uma referência daquilo que deu certo ou não. E o futuro é pura projeção, é pura expectativa. Não sabemos se o amanhã vai chegar! O máximo que podemos fazer é cuidar bem do nosso hoje, porque dessa forma ficará mais fácil construir um bom amanhã entende?

Sem mais delongas. Quero compartilhar com você um insight bem bacana que me veio ao ler essas palavras do Marco Aurélio. Já contei muitas vezes por aqui que eu fiz faculdade de Física e adoro quando consigo traçar bons paralelos entre ela e o autoconhecimento.

Um assunto bastante estudado por todos nós na escola é a tal conservação da energia. Ela explica que nos sistemas conservativos, ou seja, aquelas no qual não há dissipação de calor, a energia se conserva e há nos processos a conversão de um tipo de energia em outro.

Um dos conceitos mais importantes é o de trabalho, que por definição é o produto de uma força por um deslocamento de um determinado objeto.

W = F.d

Quando tratamos de objetos que serão levantados, sabemos que existe a força da gravidade que puxa tudo pra baixo. Ela é chamada de força peso, sendo o produto da massa pela aceleração da gravidade. E o deslocamento é dado simplesmente pela altura a que se coloca tal objeto. Dessa forma o trabalho da força peso é dado por:

W = m.g.h

O produto da massa pela aceleração da gravidade e pela altura. E o resultado é dado em Joule (J), unidade física de energia.

Mas o melhor de tudo é o que vou dizer agora! O trabalho da força peso INDEPENDE do deslocamento para os lados. Ou seja, eu posso simplesmente levantar um objeto verticalmente ou posso fazer zilhões de piruetas com ele, o trabalho da força peso será sempre o mesmo, pois só depende da altura!

Fazendo um paralelo com as palavras do Marco Aurélio é isso. Nós gastamos uma energia absurda desnecessariamente. Inclusive pela Física realmente é assim. Há o trabalho da força peso, mas ele é absolutamente diferente do trabalho que vem da força muscular que exercitamos.

Digamos que quero levar uma caixa do primeiro para o segundo andar de um prédio. Eu posso pegar um elevador e deixar a caixa no piso do elevador. Eu posso subir as escadas com essa caixa. E se houver aquelas rampas inclinadas, eu darei uma volta bem grande e chegarei no andar de cima.

Teve alguma diferença no trabalho da força peso? NÃO. Nenhum! Porém, o maior gasto de energia é subindo pela rampa. Eu poderia simplesmente pegar o elevador! Mas nós somos peritos em complicar as coisas! Acredito que agora com essa comparação, vai ficar bem mais fácil entender as palavras do Marco Aurélio.

“Poderias desfrutar agora mesmo todas as coisas que estás suplicando para alcançar tomando o longo desvio — se parasses de te privar delas.”

Marco Aurélio

Nesse exemplo que eu dei é como se eu dissesse para mim mesmo: “Eu não mereço subir pelo elevador! Quem sou eu para seguir por esse caminho tão fácil? Prefiro ir pelo mais difícil…”.

What?? A vida pode ser muito mais simples se nos sentirmos merecedores de que tudo aconteça na nossa vida de forma simples. Inclusive há um decreto muito bonito das formações em barra de acess que me utilizo todos os dias e faço questão de compartilhar com você: “Tudo vem a mim com facilidade, alegria e glória”. Repita esse decreto inúmeras vezes todos os dias e você estará pouco a pouco trabalhando seu interior para não dificultar as coisas e não atravancar os seus caminhos!

Torço para que você aplique essa sabedoria simples e incrível do Marco Aurélio na sua vida. Você só terá ganhos com isso…

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Nós somos o que fazemos repetidamente

Por Isaias Costa

“O hábito e a aptidão são confirmados e se desenvolvem em suas ações correspondentes; andar por andar e correr por correr […] Portanto, se queres fazer alguma coisa, transforma-a num hábito. Se não queres fazer tal coisa, não o faças, mas adquire algum outro hábito em vez disso. O mesmo princípio está em funcionamento em nosso estado mental. Quando ficas irritado, não estás apenas experimentando esse mal, mas também reforçando um mau hábito, acrescentando combustível ao fogo.”

Epicteto

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Construir bons hábitos é uma das melhores coisas que podemos fazer na nossa vida. Você certamente já ouviu inúmeras vezes que todo hábito se constrói por repetição não é mesmo? E talvez até já tenha lido ou ouvido falar que precisamos de no mínimo 21 dias seguidos para consolidar um novo hábito! Quero já de início fazer uma ressalva. As coisas não são tão preto no branco assim como aparenta viu?

Dependendo da nossa força interior e determinação, às vezes precisamos de menos de 21 dias para construir um novo hábito, da mesma forma que algumas coisas às vezes estão tão enraizadas de um jeito que 21 dias não é o suficiente. Mas independentemente do número de dias, é um fato o que diz a frase do grande Aristóteles e que intitula esse texto: “Nós somos o que fazemos repetidamente”.

Ele nos deixou esse registro há 2300 anos, porque será que até hoje a maioria de nós não utiliza essa sabedoria a nosso favor? Cada vez mais eu venho constatando na minha própria vida e caminhada algo que talvez incentive, traga um pouco de motivação pelo menos para alguns que lerem esse texto. Se chama “bem estar”.

“Bem estar” o próprio nome já diz, é estar bem no aqui e agora, vivendo plenamente o momento presente.

Vou trazer um exemplo bem caricato pra que você entenda a minha linha de raciocínio. Infelizmente, é um consenso na nossa sociedade que tomar bebidas alcoólicas é algo lícito, absolutamente permitido, desde que depois de beber você não dirija, obviamente! Por inúmeras razões que não conseguiria trazer aqui, por serem quase infinitas, as pessoas bebem, muitas se embriagam, perdem total a noção e até mesmo a consciência, e sem perceber direito estão se tornando alcoólatras.

O prazer que é proporcionado pelas bebidas existe, claro! Senão não haveria tanta gente bebendo não é? Porém, existem “n” maneiras de alcançar um prazer físico semelhante ao proporcionado pelas bebidas e, detalhe ok? Na realidade é possível atingir prazeres absurdamente maiores sem elas!…

É aqui que quero chegar! Podemos construir novos hábitos em cima dos velhos que não estejam nos fazendo bem entende? Com esse exemplo, quero deixar bem claro que não estou dizendo para você parar de beber! Estou dizendo apenas que tome cuidado para que isso não se torne um vício, porque uma vez o vício instalado, fica mais difícil se libertar!

Eu não gosto de bebidas alcoólicas. O máximo que tomo é aqui acolá uma taça de vinho ou de champanhe, pois sinto prazeres físicos muito maiores e melhores sem elas. Por exemplo, eu amo ouvir boas músicas, amo conversar e estar 100% presente para ouvir quem está comigo, amo fazer atividades físicas, amo dedicar momentos a contemplar a natureza, caminhar na beira da praia ou ir para lugares mais arborizados e naturais etc.

Esses bons hábitos me conectam com a minha essência e me fazem não ter o menor desejo por bebidas alcoólicas.

Esses hábitos foram construídos ao longo de muitos anos, não foi algo do dia pra noite. Quero inclusive pontuar as atividades físicas. Elas liberam tantos hormônios do prazer e bem estar que acabam se tornando uma espécie de “vício bom” sabia?

Quando passo uns 2 dias sem correr ou jogar basquete, que são os meus esportes favoritos. Me dá um “comichão” como se diz popularmente! Eu fico numa inquietação para correr e me movimentar. Isso é maravilhoso! Percebe como isso é uma questão de hábito? Eu sempre reservo um tempinho do meu dia para isso. E como consequência, a cada dia a minha saúde está melhor!

O Epicteto traz o exemplo da raiva. Se ficamos com raiva dia após dia, esse se torna nosso padrão. Vamos nos tornando pessoas ranzinzas. Que tal em vez de raiva alimentarmos a gratidão? Já escrevi inúmeras vezes por aqui que a gratidão é um dos sentimentos mais elevados que podemos desenvolver.

Já começar o dia agradecendo por estar vivo, por ter tido uma boa noite de sono, por ter uma cama confortável para dormir, por ter uma casa para morar, por ter sempre a possibilidade de se alimentar, por ter um trabalho, por ter uma família, por ter bons amigos etc. etc. Só o que não falta são motivos para agradecer. Dessa forma vamos construindo mais esse excelente hábito!

Vamos juntos construir bons hábitos? E assim sermos uma melhor versão da gente mesmo a cada novo dia?…

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P.S. Podcast com breves reflexões a partir desse texto. Nele eu trouxe muitas outras ideias interessantes. Confira!

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Só ensine aquilo que você vivencia na prática

Por Isaias Costa

“Aqueles que recebem meras teorias de imediato querem vomitá-las, como um estômago irritado faz com a comida. Primeiro digere tuas teorias e não as vomitarás. De outro modo, elas serão cruas, estragadas e não nutritivas. Depois que as tiveres digerido, mostra-nos as mudanças em tuas escolhas racionais, assim como os ombros dos ginastas exibem sua dieta e treinamento, e a habilidade de artesãos mostra o que aprenderam.”

Epicteto

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Eu achei simplesmente perfeitas essas palavras do grande filósofo estoico Epicteto. Aqui ele está nos ensinando uma das maiores virtudes que nós como seres humanos podemos aprender, que é a COERÊNCIA, palavra que significa em sua raiz “conexão”. Ou seja, a união entre o que eu digo e o que eu faço!

É como diz aquele velho e conhecido ditado: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço…”. É ridículo colocar na prática da vida esse ditado! Torço para que você que esteja me lendo agora, se ainda em alguma área da vida se pega sendo um protagonista deste ditado que mude de postura!

Inclusive eu quero também me colocar aqui nesse texto. Já cometi inúmeras vezes essa falha e venho há muitos anos num esforço consciente de ensinar apenas aquilo que eu vivencio na prática. Os temas que eu desenvolvo por aqui são sempre voltados para algo que levo para a minha prática de vida e jamais trago dicas ou lições de coisas que não pertencem a minha realidade, exatamente para ser COERENTE.

Um exemplo simples! Você não vai me ver por aqui trazendo dicas de como educar melhor o seu filho, porque eu não sou pai. Como vou ensinar algo que não vivencio? Somente quando eu for pai, se um dia for, é que talvez eu me disponha a trazer dicas sobre educação de filhos!

Outro exemplo. Você não vai me ver trazendo pra cá dicas de investimentos financeiros como a bolsa de valores. Eu não faço a menor ideia de como trabalhar com essas coisas. Sou um zero a esquerda nessas questões, então não posso escrever sobre o que não conheço.

Agora eu posso escrever sobre teorias voltadas para o autoconhecimento, a Psicologia, e Educação, a Filosofia etc. Essas disciplinas fazem parte do meu dia a dia e simplesmente amo estudá-las a compartilhá-las. Se você curte essas áreas o “Para além do agora” é um prato cheio para você.

Assim como posso ensinar tranquilamente qualquer assunto de Matemática e Física do Ensino Médio porque trabalho com isso todos os dias há quase 15 anos. Você pode contar comigo sem pestanejar!

E dessa forma, com muita honestidade e sinceridade, vamos sendo uma melhor versão da gente mesmo. Sendo um exemplo de quem vive o que fala e ensina.

Tem um lado que o Epicteto não traz nas suas palavras, mas que está completamente ligado ao tema da coerência. Quando somos coerentes, nós passamos mais credibilidade e os outros tendem a ter mais confiança na gente! Elas pensam assim: “Eu sinto que posso confiar nessa pessoa…”. E dessa forma vínculos incríveis podem ser estabelecidos.

Sem contar que pega mal a incoerência. Ela é como essa comida estragada que o Epicteto nos traz e certamente vai fazer mal mais cedo ou mais tarde. Na internet é só o que a gente vê, os picaretas de plantão sendo desmascarados.

Um exemplo gritante bastante veiculado foi de um rapaz que era coach de relacionamentos e constantemente violentava fisicamente a sua esposa. Veja só que ridículo isso não é mesmo?

O que também aparece muitas vezes são pessoas ensinando a ganhar milhões e estão atoladas em dívidas. Como assim? É difícil até acreditar que isso acontece! Mas sim! Acontece mais comumente do que imaginamos.

Que tal levarmos essa mega sabedoria do Epicteto para as nossas vidas? Garanto a você que aplicando na prática o que ele ensina, sua vida vai dar um upgrade gigantesco e você vai agradecer pra sempre que existe a Filosofia do Estoicismo como um guia para uma vida melhor…

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P.S. Breve podcast com reflexões a partir desse texto. Confira!

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A Filosofia é um remédio para a alma

Por Isaias Costa

“Não retornes à filosofia como um capataz, mas como os pacientes que buscam alívio num tratamento para olhos inflamados, ou em um curativo para uma queimadura, ou em um unguento. Encarando-a dessa maneira, obedecerás à razão sem a exibir e repousarás tranquilo aos cuidados dela.”

Marco Aurélio, Meditações

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Esse grande filósofo e ex-imperador romano escreveu isso há quase dois mil anos e nunca essas palavras se tornaram tão reais como no tempo em que estamos vivendo hoje, com tantas crises, sofrimentos, adoecimentos…

Ele fazia parte de uma escola chamada estoicismo e ela tem se tornado uma espécie de “Filosofia Pop” depois que estourou a pandemia. E acho interessante perceber isso, porque o maior objetivo do estoicismo é trazer reflexões voltadas para o bem viver, com ideias e até mesmo dicas de como viver com mais serenidade, paz, alegria, senso de propósito.

E nunca estivemos tão carentes de tudo isso, e faço questão de me incluir. Não tem sido fácil pra ninguém viver nos dias de hoje, principalmente após a pandemia, que junto com ela veio outras crises gigantescas: econômicas, políticas, ambientais etc.

Eu sou muito sincero e transparente ao dizer que passei por momentos de ansiedade fortíssimos, de precisar ficar por vezes mais de uma hora em meditação para me acalmar. Cheguei a sentir taquicardia, por vezes ter aqueles movimentos agitados no corpo que são típicos de pessoas ansiosas, por vezes fiquei com pensamentos obsessivos achando que não conseguiria me sustentar financeiramente e por aí vai!

Se não fosse pelas leituras extremamente positivas e edificantes que fiz e continuo fazendo, talvez nesse momento estivesse à base de remédios alopáticos para controle da ansiedade. Nesses dois anos de pandemia eu li livros de Filosofia fabulosos como por exemplo: “Pergunte à Platão” de Lou Marinoff, “Em busca de nós mesmos” do Clóvis de Barros Filho, “A escada dos fundos da Filosofia” de Wilhelm Weischedel, “Uma breve história da Filosofia” de Nigel Warbunton, “A cidade do sol” de Campanella, “A náusea” de Sartre, “A arte da prudência” de Baltasar Gracian e muitos outros…

Eles foram grande parte do meu remédio durante a pandemia! Sem contar que aprendi muito, cresci como ser humano e ainda pude compartilhar através de textos, podcasts e vídeos no meu canal do Youtube, muito do que aprendi.

Por isso eu sou prova viva de que as palavras do Marco Aurélio são muito verdadeiras e certeiras. Talvez ele como espírito, esteja feliz em ver que não apenas no Brasil, mas no mundo todo, a Filosofia está ganhando mais espaço.

Um exemplo contundente disso é o gigante canal do Youtube chamado “Nova Acrópole” cuja filósofa Lúcia Helena Galvão vem arrastando milhões de pessoas com seus vídeos e palestras incríveis!

É de admirar que neste canal tem dezenas de vídeos que já estão na casa das milhões de visualizações. Ou seja, isso mostra que cada vez mais pessoas estão buscando esse remédio maravilhoso chamado Filosofia.

Estou com esse breve texto apenas compartilhando a minha alegria, a minha gratidão aos muitos filósofos que foram e continuam sendo um remédio na minha vida e também, quem sabe, lhe motivar de alguma maneira a buscar um pouco mais a Filosofia, porque afinal de contas, ela é para todos nós! Todos nós podemos ser amigos do conhecimento (philos sophos)…

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Só é possível o diálogo se houver compreensão

Por Isaias Costa

Li uma frase que desconheço a autoria e que traz uma verdade incrível, algo que infelizmente anda muito em falta nos últimos anos, a compreensão!

A frase diz o seguinte: “Eu achava que o diálogo era a chave de tudo, mas na verdade é a compreensão que é. Você pode falar tudo o que te incomoda, mas se a pessoa não entender, já era”.

Eu amo conhecer as raízes das palavras, e com a ajuda da etimologia, fica ainda mais interessante refletirmos sobre a profundidade dessa frase!

Diálogo vem do grego di + logos, que numa acepção mais simplificada quer dizer, duas mentes. Ou seja, só é possível um diálogo verdadeiro quando duas mentes estão se entendendo.

A palavra compreensão sua própria escrita já diz tudo com + preensão (prender junto). Em outras palavras, há compreensão quando algo que está sendo dito, abordado, discutido, encontra algum espaço dentro de mim! Percebe como isso é bonito?

Talvez nessa hora você me questione: “Mas se eu der espaço pra tudo o que os outros falam é como se eu estivesse concordando com tudo o que elas dizem não é não Isaias?”. Sabia que nessa pergunta já se encontra a resposta para esse equívoco super comum?

Eu não preciso concordar, eu só preciso compreender, são duas coisas absolutamente diferentes. Mais uma vez vou pras raízes das palavras. Concordar significa “junto do coração”, ou seja, é passar pelo coração a ideia, a informação que foi transmitida.

Concordar é algo que está no nível do sentimento, compreender é algo que está no nível da mente. O coração, o sentimento, está num patamar acima da compreensão entende?

Penso que compreender é uma das grandes virtudes que nós como seres humanos podemos desenvolver! Tenho exercitado o tempo todo essa virtude. Logicamente eu erro muitas vezes, mas faz parte da caminhada de evolução.

Quando escuto ou leio algo que é totalmente diferente do que acredito, do que vivo ou propago, respiro fundo e busco compreender. É lindo perceber que na imensa maioria das vezes se trata apenas de um ponto de vista diferente. As ideias da outra pessoa não vão me submeter, me ferir, me matar, nada disso! Então consigo seguir em frente e abrir mais espaço dentro de mim para tudo o que é diferente. Percebe como isso é bonito?

Agora preciso trazer um detalhe, e que inclusive tem sido pauta em muitas discussões, principalmente da época em que estou publicando esse texto (inicio de fevereiro de 2022). Tem acontecido verdadeiros escândalos relacionados ao racismo. Assassinatos brutais de negros que foram confundidos com bandidos por puro e total preconceito.

Além dessa barbaridade também está havendo toda uma discussão sobre a criação de um partido nazista. Uau! É triste imaginar que isso esteja acontecendo em pleno 2022…

Para posturas que precisam ser execradas da nossa sociedade a compreensão não funciona de jeito nenhum. Nesses casos ela se transforma em conivência, que é aceitar o mal, percebe?

Nesse caso é preciso sim a postura de intolerância! Nessa hora eu replico uma frase que ficou bem conhecida a partir do querido Prof. Mario Sergio Cortella, mas que foi escrita pelo grande filósofo Karl Popper que diz assim: “É preciso ser intolerante com os intolerantes”.

Essa frase é simplesmente perfeita, porque quando eu não tolero a intolerância, eu volto a estabelecer a tolerância na sociedade. A negação de uma negação é o retorno de algo afirmativo. É uma lógica pura e simples!

Enfim! Eu preciso compreender para que um diálogo possa acontecer, mas se alguém vem com racismo, preconceito, nazismo, exclusão dos mais pobres, fobia com a população LGBTQIA+, xenofobia etc. Aí a coisa muda de figura, para essas posturas é preciso a intolerância! Só assim para que a nossa sociedade dê verdadeiros passos de evolução!

Espero que com toda a clareza que procurei ter com esse texto, uma luzinha tenha se acendido dentro de você e que você exercite todos os dias a virtude da compreensão…

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Você quer ser lembrado por muito tempo?

Por Isaias Costa

“Quando morremos, existem duas coisas que podemos deixar depois de nós: genes e memes. Nós fomos construídos como maquinas de genes, criados para passar adiante nossos genes. Mas esse aspecto nosso estará esquecido em três gerações. O seu filho, ou mesmo o seu neto, pode apresentar alguma semelhança com você, em traços faciais talvez, no talento para a música, na cor dos cabelos. Mas, a cada geração que passa, a contribuição dos seus genes é cortada pela metade. Não demora muito até que chegue a proporções negligenciáveis […] Mas, se você contribuir para a cultura mundial, se tiver uma boa ideia, compuser uma melodia, inventar um artefato tecnológico, escrever um poema, isso poderá prosseguir vivendo, incólume, até muito tempo depois que seus genes tiverem se dissolvido no reservatório comum. Sócrates pode ou não ter ainda um ou dois genes hoje ainda vivos no mundo, mas quem se importa? Os feixes de memes de Sócrates, Leonardo, Copérnico e Marconi continuam vigorosamente ativos.”

Richard Dawkins

É muito interessante o que o Dawkins traz com essa reflexão do seu famoso livro “O gene egoísta”. Uma das coisas que eu mais escuto por aí e que sempre questionei é com relação a ter filhos como uma espécie de propagação dos genes e manter viva a família pelo maior tempo possível!

Pois é! Dentro de poucas gerações, ninguém nem sequer lembrará o nosso nome. Porém, se deixarmos algo que possa ter uma duração no tempo muito maior, como é o caso das grandes ideias, dos belos livros que se transformam em clássicos, assim nós perduraremos por muito mais tempo. Algo de nós ainda estará presente com a possibilidade de até mesmo durar por séculos!

Isso é maravilhoso! Inclusive, só a título de curiosidade! Quase ninguém sabe, mas a popularização do termo MEME se deu após o sucesso desse livro! A palavra “meme” significa: “aquilo que é replicado”. Ou seja, é algo que impacta positivamente (e às vezes negativamente) tantas pessoas que gera o efeito viralização! Bacana não é?

Eu tenho um imenso prazer em escrever exatamente por causa disso. Enquanto existir a internet, milhares de pessoas poderão ser beneficiadas pelo que escrevo e estarei, mesmo que parta desse mundo, contribuindo com suas vidas de alguma forma. É aquela ideia do legado! A cada novo texto que publico é uma parte a mais desse meu legado que vou deixando para as pessoas!

Tenho consciência de que minha contribuição está a zilhões de anos-luz de distância desses grandes mestres que o Dawkins cita, mas fico tranquilo e sereno, porque sei que é o meu melhor e se trata de um processo constante de aprimoramento. Enquanto há vida, sempre podemos agregar mais e melhor ao mundo que nos rodeia! E isso é o que mais desejo para a minha!

E você? O que toda essa reflexão desperta em seu coração? Como você tem levado a sua vida? Como seria a sua vida deixando algo que pode durar por várias gerações a sua frente?…

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