Arquivo do mês: outubro 2012

O relaxamento e o processo criativo

Por Isaias Costa

Cada vez mais a ciência tem se surpreendido com o processo criativo do nosso cérebro. Novos estudos estão sendo desenvolvidos para mostrar a relação direta que existe entre o relaxamento e o processo criativo.

Vários exemplos na ciência podem ser dados para explicar a existência desse processo. Um dos mais conhecidos é o princípio de Arquimedes. O rei da sua cidade lhe deixou encarregado de descobrir se uma coroa era de ouro puro ou não. Ele foi pra casa, começou a pensar a respeito, fazer experimentos, estudar. Passaram-se alguns dias e ele não conseguiu provar se ela era de ouro ou não. Ele já estava prestes a desistir de sua empreitada, quando aconteceu de, em uma bela manhã, ele tomar um banho de banheira e levar a coroa. Quando a viu afundar, ele se levantou imediatamente, e saiu correndo pelado pelas ruas da cidade e gritando “eureka”, que significa “descobri” em grego. Ele percebeu a relação do peso e a massa deslocada, assim enunciou o seu princípio.

O pensamento acelerado é o grande vilão do processo criativo. Você só conseguirá ser criativo se deixar os seus pensamentos fluírem de forma serena e organizada. Gosto de uma frase dita por Albert Einstein que diz, O pensamento é apenas uma parte secundária da fase breve e decisiva do ato criativo em si. Acontece desse jeito. O processo criativo vem como um lapso. É algo momentâneo.

Outro exemplo clássico são os compositores e músicos. Eles têm o processo criativo como um lapso. Normalmente estão profundamente relaxados e quando a música “aparece” nas suas cabeças, ela já vem completa, com arranjos, melodia, estrofes. Só precisa o artista se sentar e organizar as suas idéias no papel. Lindas canções são produzidas em um período de poucas horas. É impressionante. Um exemplo de relaxamento no processo de composição de músicas é a canção de Paul MacCartney chamada “yesterday”. Linda música, que já rendeu centenas, talvez até milhares de novas versões. Essa música veio em uma inspiração de sonho. Ele estava dormindo, totalmente relaxado, quando, de repente, a música surgiu na sua cabeça, completa, com acordes, letras, arranjos. De manhã ele só fez passar tudo para o papel, e alguns meses depois era um sucesso estourado nas rádios.

Continuando a falar dos músicos, é interessante notar que, todos os grandes músicos têm suas épocas de produção de novas composições. Um pequeno período de muita inspiração. Depois vem um período de baixa inspiração. Parece que tudo que vem a sua mente vai embora de repente. É como se houvesse uma esponja sugando sua criatividade. Gosto de comparar a criatividade com as ondas. Ora sobem, ora descem. Resta apenas saber aproveitar a onda quando ela estiver no topo. Todos nós somos assim. Quem nunca passou por dias em que parece que tudo dá errado? Esses dias são os dias de baixa criatividade. Em um dia desses a única coisa a fazer é respirar fundo e aproveitar o momento. Pois é normal, faz parte do ser humano. No dia seguinte provavelmente você já vai estar bem melhor.

Para concluir, vou dar mais um exemplo. Os jogos que envolvem estratégia, como o xadrez. Esse jogo requer muita habilidade do jogador. E logicamente, exige muito do seu processo criativo. Como já falei que o processo criativo é como uma onda. Vai haver dias que você vai “destruir” no xadrez, mas também vai haver dias que você vai se achar um verdadeiro “paspalho” jogando, como se tivesse desaprendido. Quando isso acontecer, o que sugiro é, “Vá fazer outra coisa, esse não é o dia certo para você jogar xadrez”.

Enfim, vamos tomar esse conhecimento como um ótimo aprendizado. Sempre que você sentir que seu cérebro está a mil por hora, aproveite. Esse é um dia para você fazer grandes coisas. Talvez até descobrir algo novo para a ciência, ou criar uma bela canção, ou novas incríveis jogadas de xadrez, ou até mesmo resolver aquele problema “monstro” de matemática que está lhe deixando inquieto a mais de uma semana. Em tudo isso, quem mais vai ficar feliz é o seu cérebro, porque ele vai dar o seu melhor, vai desenvolver conexões cada vez mais complexas e fortes, e você vai ficar  mais criativo e inteligente.

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Ouvir a voz de Deus

Por Isaias Costa

Eu li uma frase do iogue e guru indiano Paramahansa Yogananda e fiquei refletindo sobre ouvir a voz de Deus, a frase é a seguinte. “Se a água ficar quieta por muito tempo, o barro se depositará no fundo e a água se tornará clara. Na meditação, quando o barro de seus pensamentos inquietos começa a depositar-se, o poder de Deus começa a refletir-se nas águas claras de sua consciência.

Essa frase é muito profunda e traz grandes ensinamentos. A voz de Deus é muito sutil, e se revela nos momentos de profunda paz e quietude. Hoje em dia estou entendo um pouco melhor porque tantas pessoas dizem que não conseguem sentir a presença de Deus e suas manifestações em suas vidas. É porque elas têm dificuldade de silenciar, de estar em paz consigo mesmas e com o mundo. A verdade é que Deus não está longe delas, são elas que estão longe de Deus. Essas pessoas obscurecem a sua manifestação pacificadora e libertadora. Essa metáfora do barro se aplica perfeitamente a manifestação de Deus em nossas vidas. O barro são as nuvens interiores que obscurecem a presença de Deus.

O mundo em que vivemos hoje não favorece a serenidade, nem a meditação, nem a oração, nem nada que possa dispor do tempo. A sociedade cada vez mais impõe a máxima “tempo é dinheiro”, e a maioria das pessoas fica numa febre para TER mais, e não para SER mais. A diferença entre o TER e SER faz com que a voz de Deus fique muito distante e se torne quase impossível de ser ouvida, porque essa voz se ouve com o coração, e o coração tem que estar livre e sereno para isso.

A mensagem do barro é linda e pode nos ajudar muito. Eu quero me tornar um jarro de águas límpidas, onde o poder de Deus possa se manifestar. Quero que a cada dia eu possa retirar um pouco mais desse barro que afasta o fluxo natural da presença de Deus. E desejo o mesmo a todos que leem esse texto agora. Vamos aprender a silenciar o nosso coração para ouvir a voz de Deus!

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O vazio existencial

Por Isaias Costa

O vazio existencial é próprio da natureza humana, desde o momento do nosso nascimento até a grande hora do retorno ao infinito. Quando nascemos nós choramos muito, nos sentimos desamparados e uma das primeiras reações é ficar perto da mãe, sentir o seu calor e o seu cheiro, o momento que temos as primeiras impressões do mundo.

O vazio existencial não é uma coisa ruim, ele nos ajuda a sermos humanos, nos ajuda a sair do nosso próprio mundo e procurar ficar perto de outras pessoas. O ser humano não nasceu para viver isolado. Ele necessita de pessoas ao seu redor. Sem isso, é muito provável que em questão de tempo ele “entre em parafuso”. Uma vez li um texto que falava sobre isso. É impossível um homem viver totalmente sozinho. Se ele for colocado em uma situação extrema, sem ninguém por perto. Em poucos dias ele estará falando sozinho e com mais alguns dias já estará criando “personagens” para conviver com ele. Ele faz de bonecos pessoas, ou de uma roupa uma pessoa. Não é paranoia não, é simplesmente a necessidade do homem de se relacionar com alguém. Assista ao filme, “Eu sou a lenda”, com Will Smith. Ele retrata muito bem o que estou dizendo aqui.

Além disso, a beleza de se estar com outras pessoas não tem preço. Pessoas com valores parecidos com o nosso sempre podem nos ajudar a crescer, elas nos ajudam a despertar ou desenvolver nossos talentos, vou dar alguns exemplos.

John Lennon. O que seria dele sem Paul MacCartney, George Harrison e Ringo Starr? Com certeza não seria o mesmo. Se esses quatro não tivessem se juntado, não conheceríamos a maior banda de todos os tempos, The Beatles. John Lennon sempre foi talentoso, mas se juntou com mais três gênios da música, e assim surgiu The Beatles.

Pelé. O maior jogador de futebol de todos os tempos. Ele tinha um talento nato, fazia mágica com uma bola de futebol. Mas o que seria dele se não tivesse um time com outros jogadores muito bons e que lhe ajudavam a ser o que foi? Ele não seria nada. Um time precisa de onze jogadores, e não apenas um.

Jonny Depp. Um dos maiores atores de Hollywood. O que seria dele se não tivesse outros grandes atores contracenando com ele? Não seria ninguém, seria um talento desperdiçado. Ele só é o grande ator que é porque tem outros atores brilhantes ao seu redor, que o ajudam a despertar todo o seu potencial.

Enfim. Todos nós só podemos dar o nosso melhor em qualquer coisa se estivermos rodeados de pessoas, que nos despertem o nosso potencial. Quero concluir com uma brilhante frase do mestre Raul Seixas que diz, “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. Vamos sonhar juntos!

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Quem sabe não fala, não diz

Por Isaias Costa

Estamos vivendo numa época em que as informações estão se tornando cada vez mais acessíveis e baratas, por causa do avanço tecnológico e, principalmente, da internet. Praticamente a população inteira tem acesso ao conhecimento. Hoje quero falar um pouco do que essa “sede” por conhecimento está fazendo com muitas pessoas.

É comum você ter qualquer dúvida ou dificuldade e as pessoas lhe dizerem assim, “Olha no Google, que você logo vai saber a resposta!”. É impressionante a quantidade de informação que tem ali, eu mesmo já me surpreendi inúmeras vezes. Colocava perguntas um tanto quanto sem nexo, só pra ver se aparecia alguma coisa. Clicava e ficava abismado com os vários sites falando sobre coisas que nunca iria imaginar serem comentadas e esclarecidas.

Pode parecer piada, mas hoje em dia, se você souber utilizar a internet, dá pra se tornar um PhD em praticamente tudo. Você vai vasculhando os sites e se deparando com informações cada vez mais complexas e detalhadas. Sem contar com os arquivos pdf’s. Eles estão se alastrando como nunca. Se você gosta de ler no computador, praticamente não vai mais gastar um centavo com livros. Esses livros de fácil acesso têm milhares de páginas de download na web. Você aumenta o seu conhecimento e nem gasta dinheiro com isso. É incrível! Uma verdadeira revolução!

Mas onde quero realmente chegar é no que todo esse conhecimento está fazendo com determinadas pessoas. Muitos estão começando a se achar “sabe tudo”, ou “donos da verdade”, ou “gênios da lâmpada”, ou qualquer outro adjetivo que queira dar. Muitos chegam para falar sobre algum assunto e já vão logo com aquele ar de, “eu sou foda nesse assunto!”. Mas não é bem assim. Pra você ser realmente muito bom em alguma coisa deve estudar a fundo. Não pode ficar só na superficialidade. Eu mesmo! Gosto muito de escrever, mas sei que não sou tão bom assim. Para eu ser bom mesmo, deveria estudar linguística, gramática, semântica, etc. Coisa de quem estuda línguas. Mas sou apenas um Físico cheio de ideias malucas na cabeça, que gosta de ficar divagando um pouco, filosofando e refletindo sobre a vida.

Eu sei de tudo! Eu sou o cara!!

Eu sei de tudo! Eu sou o cara!!

Comecei o texto com a frase do mestre Raul Seixas. Essa é uma das frases que mais me inspira na vida. Porque o melhor que uma pessoa pode fazer para si e para os outros é não se mostrar como o dono da verdade. Sei que ninguém gosta de estar ao lado de uma pessoa que pensa que já sabe de tudo, não é mesmo? Ninguém sabe de tudo! E aí que está a beleza da vida! Que graça teria a vida se nós já soubéssemos de tudo? A vida é um aprendizado diário, que nos leva ao amadurecimento e a novas perspectivas.

Quem sabe não fala, não diz”. Essa frase também remete a algumas características humanas que muito me agradam. A introspecção, a observação e a escuta. Sempre que observo uma pessoa com essas características, fico curioso de falar com ela. Pois, quase sempre, trata-se de uma pessoa que tem muito conhecimento. Posso falar isso abertamente, pois os meus melhores amigos são pessoas um pouco introspectivas.

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A observação e a escuta também são muito importantes. Essas pessoas sempre escutam mais do que falam. Uma coisa que todos deveriam fazer, mas muitos não fazem. Elas ficam só ouvindo até que chega o momento de falarem, e quando falam, tem argumentos tão bem estruturados e consistentes, que os que escutam ficam sem palavras, perplexas. E elas observam com cuidado, analisam se o grupo que estão tem pessoas que vão entender sua mensagem com facilidade, se vale a pena dar sua opinião ou ficar só ouvindo, entre outros fatores.

Cada vez mais eu tenho procurado não ser dono da verdade. Tenho vontade de escutar as opiniões dos outros e pensar a respeito. O que acho fantástico também é que, quando divido minhas opiniões com a dos outros, eu mudo algumas ideias que antes não faziam muito sentido, reforço outras que já tinha, às vezes mudo completamente um pensamento, faço os outros repensarem os seus. Enfim, é uma troca de experiências que me faz crescer e faz crescer também os meus amigos.

Vou deixar como uma reflexão o link com a música do Raul Seixas que tem a frase do título do texto. É uma música engraçada. Tem umas ideias bem interessantes, geniais para uns, maluca para outras, indiferente para outros tantos. Resta a você ter também sua conclusão a respeito…

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Pessoas e lugares kriptonitas

Por Isaias Costa

Acho que todos devem saber o que acontece com o Clark Kent quando ele se aproxima de kriptonita, não é mesmo? Ele perde todos os seus poderes. Na vida real acontece a mesma coisa. Só que ao invés da kriptonita, o que causa o mesmo efeito são algumas pessoas e alguns lugares.

Quem nunca passou pela situação de estar super bem humorado e de uma hora para outra mudou totalmente o seu estado? Muitos não entendem porque isso acontece, mas existe uma explicação. Essa explicação está na ENERGIA. Tudo no universo é energia. Como o próprio Einstein provou, tudo que tem massa tem energia. Essa energia tem muita influência sobre nós, positiva ou negativamente.

Cada um, de acordo com sua própria individualidade, vai reagir de modo diferente em determinado lugar. Todos nós conhecemos lugares que nos deixam incomodados. Isso é normal, isso acontece porque esse lugar tem uma energia que não tem compatibilidade com a sua. Se isso acontecer, o ideal é ficar o máximo distante deste local possível, mas sei que, por muitas vezes, pode ser quase impossível. O que fazer então nesse caso? Tentar criar o seu espaço, de um jeito que ele tenha a sua energia, mesmo que seja um cubículo minúsculo, isolado dos outros. Caso seja no seu local de trabalho, tente fazer isso. Se não for possível, pense seriamente na possibilidade de trabalhar em outro lugar. Isso é sério. Você trabalhar em um local que faz se sentir mal, só quem sai perdendo é você mesmo. É só questão de tempo para que fique doente e com depressão, e cuidar disso vai ser muito mais difícil e trabalhoso do que trocar de emprego.

Algumas pessoas também nos afetam profundamente, tanto para o bem quanto para o mal. O conselho é simples e óbvio. Fique o máximo possível perto das pessoas que te fazem se sentir bem, útil, importante, valorizado. E o máximo possível longe das pessoas deletérias. Que te fazem se sentir um lixo, que invejam a sua felicidade, que te dizem palavras grosseiras. Você, definitivamente, não precisa dessas pessoas por perto. Não importa quem seja. Pode ser um parente seu. Se ele não te faz se sentir bem e feliz, fique longe dele. Você não vai estar cometendo nenhum pecado, nem sendo desrespeitoso, nem nada parecido. Você vai estar dando uma bela oportunidade a si mesmo de viver feliz e sereno.

Vou falar de uma coisa que aconteceu comigo. Foi a junção das duas kriptonitas (pessoas e lugares), que vieram até mim em doses cavalares. Quando estava cursando Física, eu convivia com pessoas totalmente diferentes de mim. A grande maioria tinha valores e sonhos totalmente diferentes dos meus. Os professores eram muito diferentes do que eu imaginava antes de entram para o curso e eu sentia uma energia pesada no ar. Com o passar do tempo isso foi me afetando muito, até chegar ao ponto de explodir e eu dizer. “Não aguento mais! Já chega!”. Foi aí que decidi sair da Física. Claro que eu me formei, quando passei por essa experiência estava muito perto de concluir o curso. Não ia “jogar tudo pro ar”. Pensei na possibilidade de me formar e fazer mestrado em outra área, em outro curso. Foi justamente o que fiz. Mudei para a Engenharia Mecânica, e hoje me sinto infinitamente melhor. Estou em um ambiente legal e com pessoas legais.

É essa a mensagem que quero deixar a todos hoje. Procurem sempre estar em lugares que lhes façam bem, e com pessoas que lhes façam bem. A sua vida será plena, e você vai sempre acordar pela manhã com aquele sorriso no rosto. Vai estar sempre muito disposto a estudar ou trabalhar. Porque seu trabalho te deixa feliz, faz você se sentir em paz, leve, realizado.

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Envelhecer com saúde

Por Isaias Costa

Já comentei em outro post que adoro o tema do envelhecimento. Adoro porque quero um dia ser um velhinho também. Mas, para chegar lá, não é preciso só dizer, “quero chegar lá”. Existem muitos pré-requisitos para isso, e quero falar um pouco do que penso e de coisas que todos já sabem, mas que é sempre bom serem repetidas de novo.

Para se chegar à velhice com saúde, a primeira coisa a fazer é cuidar da cabeça. Ela é o centro da nossa vida, o cérebro comanda tudo no nosso corpo. Devemos buscar diariamente o equilíbrio psíquico. Como conseguir isso? Existem muitas formas. Mas a principal chama-se, AMIGOS. Mas não amigos quaisquer, os amigos íntimos. Aqueles que lhe conhecem, que sabem das suas qualidades e dos seus defeitos, que não são aproveitadores e não esperam nada de você. Dividir a vida com os verdadeiros amigos dá a ela um sabor e uma sensação de completude que enchem o coração de alegria.

A alimentação também é extremamente importante. Como é que você quer chegar aos 90 anos de idade comendo 8 kg de carne vermelha por semana? Indo a um rodízio de pizzas ou massas por semana? “Enchendo a cara de birita” toda sexta-feira à noite? Se entupindo de feijoada com muito toicinho? Comendo três pastéis de uma só vez lambuzados de maionese? Almoçar acompanhado com uma bela garrafa de 2 L de coca-cola? Comer toneladas de chocolate ou docinhos para satisfazer a gula? E por aí vai. É simplesmente impossível. Para se chegar aos 90 anos de idade com saúde é preciso sim mudar os hábitos alimentares. Eu já estou procurando desde certo tempo melhorar minha alimentação. Estou caprichando nas verduras, diminui muito a quantidade de sal na comida, estou tomando café amargo, tomando suco com o mínimo de açúcar possível, estou me preparando psicologicamente para nunca aceitar o famoso “bis” da sobremesa (essa é uma das mais difíceis missões alimentares que eu estou enfrentando), entre outras coisas.

Quero ressaltar que a comida mais gostosa e saborosa quase sempre também é a mais prejudicial. Portanto, é um processo de adaptação mudar a alimentação para as comidas mais saudáveis, e essa mudança requer muito sacrifício e determinação. São restrições feitas que darão os resultados a longo prazo na vida e na saúde do corpo como um todo.

O lazer também é fundamental para um envelhecimento saudável. Se você ficar trancafiado dentro de casa e vida inteira, a vida vai passar por você como um sopro do dragão, como diria Renato Russo. E sei que você não quer isso. Todos sabem do benefício à saúde o fato de conhecer lugares novos, novas culturas, novas pessoas. Tudo é muito bom. Mas sabe de outra coisa que decorre de tudo isso, mas não é muito comentada? As histórias de vida que você acumula. Não há nada melhor do que você estar ao lado e um velhinho e escutar as muitas histórias de vida dele. Eu adoro ouvi-los e visualizar as suas experiências. A gente aprende muito com as histórias de vida dos velhinhos. Eu quero ser também assim. Um velhinho cheio de belas histórias de vida para contar, aquele velhinho que fica rodeado de pessoas ao lado olhando fixamente para ouvir minhas histórias. Espero que viva para ver isso acontecer…!

Não posso deixar de falar também sobre o hábito da leitura. Ler é um dos melhores exercícios que alguém que está envelhecendo pode fazer. Já que o corpo não poderá mais correr uma meia maratona, nem passar três horas seguidas jogando futebol ou nadando. Ler faz o cérebro ficar sempre na ativa. Sem contar com os benefícios da diminuição de sua degeneração. Ou seja, as pessoas que leem têm as sinapses cerebrais mais fortes e dificilmente terão problemas de memória ou assimilação de novos conteúdos. É bom demais. Ficar na varanda da casa. No silêncio, com uma leve brisa no rosto e “viajando” no mundo da imaginação.

Esse é um tema muito instigante. Não vou me estender porque o que falei aqui todos já sabem, e só o que não falta é texto falando sobre isso, ou vídeos e programas de TV. Não vou parar só com esse post. Ainda vou escrever um post falando das experiências que só uma pessoa que chega a velhice consegue ter…

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A independência feminina e a mudança na sociedade

Por Isaias Costa

Não sei se você já reparou, mas as livrarias estão entupidas de livros falando sobre se tornar um milionário! “Torne-se um milionário“, “Casais inteligentes enriquecem juntos“, “O homem mais rico da Babilônia“, “O milionário mora ao lado“, etc, etc, etc.
Essa ideia de se tornar milionário está uma febre tão grande que afetou de modo muito mais significativo as mulheres. Elas estão crescendo financeiramente a passos muito maiores que os homens. É aqui que vem a grande questão. A INDEPENDÊNCIA FEMININA. Elas estão se tornando cada vez mais independentes, e estão assumindo, inclusive, muitos papéis que, antes, eram ocupados só por homens. Essa nova filosofia tem dado um nó na cabeça de muitos homens, mas principalmente, tem os intimidado. E o que acontece com um homem intimidado? Das duas uma. Ou ele coloca o rabo entre as pernas e fica submisso, ou vai querer dar uma de super herói e conseguir muito mais coisas do que já conseguiu. A primeira reação todos nós já conhecemos, não é nenhuma novidade. Perigosa é a segunda reação. Essa reação cria um círculo vicioso. Por quê? Simples.  A mulher cresce e chega ao mesmo nível que ele. Ele quer ficar sempre por cima, aí dá um jeito de ganhar mais dinheiro, aí a mulher cresce ainda mais e acompanha o crescimento dele, aí ele vai atrás de crescer ainda mais. Nesse ponto ele quer até usar de jogo sujo para se tornar milionário e coisa e tal. E continua esse ciclo sem fim, que só leva a um destino, a INFELICIDADE.

              

Outra coisa que acontece muito é que as mulheres independentes tem mais dificuldade de encontrar um namorado e ter um relacionamento duradouro. O que foi dito acima tem grande relevância nisso tudo. Os homens ficam intimidados. Além disso, as mulheres têm em sua natureza uma vontade de se relacionar com um homem que esteja em um patamar igual ou acima do seu em termos financeiros. É aquela velha história de que o homem é o provedor, ideia propagada desde os tempos mais remotos da sociedade, que influenciou profundamente o psicológico das mulheres. O homem deixando de ser o provedor faz com que diminua nelas essa necessidade de ter alguém ao lado. Para complicar ainda mais a situação, com o avanço tecnológico, científico, médico e hospitalar. Muitas mulheres hoje estão optando pela inseminação artificial. Aqui desanda tudo, com essa nova possibilidade, muitas mulheres chegam a pensar no homem como algo descartável, pois, até mesmo para gerar uma nova vida, um bebê, elas não precisam mais deles.

O meu medo é que os relacionamentos amorosos deixem de ser algo fundamental e passem a ser artigo de luxo. Mas tenho a esperança de que as pessoas se cansem de viver enclausuradas e encarem a vida de cabeça erguida, sem medo, sem receio, sem achar que o outro quer ser melhor, sem achar que o outro quer te derrubar. Enfim, sem tantos medos, pois tudo, na verdade, se resume em medo. Medo que assume diversas facetas.

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O lado positivo da agressividade

Por Isaias Costa

A agressividade é um tema um tanto quanto difícil de ser exposto, porque é mal compreendido pela maioria das pessoas. Muita gente pensa que a agressividade é algo ruim, mas não é bem isso. Se ela for bem utilizada pode fazer o ser humano crescer na vida. Tudo está relacionado com o equilíbrio.

Um grande problema na agressividade é a repressão que muitas pessoas fazem com ela. Todo ser humano tem agressividade, é natural. Mas algumas pessoas se forçam a nunca demonstrar essa agressividade. Isso é horrível, porque quando ela vai se manifestar (e com certeza vai se manifestar), ela vem não como agressividade, mas como violência (verbal ou física), como insultos, como vingança, desejo de morte, entre outros aspectos. Todos diferentes da agressividade em si.

Essa palavra se for analisada em sua raiz, quer dizer, “seguir adiante”, e este é o objetivo dela. A agressividade serve para você ter determinação para fazer alguma coisa, serve para você ter disposição de fazer aquele trabalho ou relatório que tem prazo definido e você não pode ficar “dormindo no ponto”, serve para você se aproximar daquela garota que está flertando a semanas e ainda não criou coragem suficiente para falar com ela, serve para você quebrar os seus próprios recordes no esporte, serve para você estudar um pouco mais porque sabe que precisa tirar uma nota boa, etc.

Essa é a agressividade sendo canalizada para algo positivo, uma agressividade que se manifesta sem exageros e sem repressões. Vou dar alguns exemplos do lado positivo da agressividade. Madre Teresa de Calcutá. Ela precisou de muita agressividade para cuidar dos doentes na Índia, precisou de agressividade para mobilizar pessoas, líderes, governantes, a apoiá-la com recursos financeiros para ajudar os pobres e doentes. Ela teve que bater de frente com muitas autoridades que não a valorizavam, pelo contrário, escarneciam dela. Se não fosse a sua agressividade, será que ela teria chegado onde conseguiu?

Mahatma Gandhi foi outro que precisou de muita agressividade para fazer uma revolução pela paz. Ele foi muito respeitado, não porque era monge, mas porque tinha caráter, e uma determinação inabalável. Ele sabia exatamente o que queria, tinha plena consciência de seus atos e de seus objetivos. Seu testemunho de vida arrastou milhões de pessoas no mundo todo. Até hoje ele consegui atingir muitos corações com seu testemunho. Garanto que sem essa agressividade ele não teria conseguido ser quem foi.

Outra pessoa que admiro do fundo do meu coração chama-se Nick Vujicic. Um homem que tinha todos os motivos para ser alguém depressivo e sem vontade de viver, cheio de mágoas, raivas, rancores. Mas não! Ele é um dos maiores palestrantes motivacionais do mundo. Já deu palestras pelo mundo todo, seus vídeos estão entre os mais vistos no youtube, tem milhões de seguidores nas redes sociais, mexe com os sonhos e perspectivas de todos os que lhe escutam. Enfim, um homem extraordinário. Mesmo passando por tudo o que passou, consegui ter um enorme sorriso no rosto e um senso de humor digno de um grande humorista. Está vivendo uma vida muito feliz ao lado de sua esposa. Mais uma vez eu repito. O que seria dele se não fosse a agressividade canalizada de forma serena? Se ele não dissesse para si mesmo, “Eu não vou levar uma vida sem sentido. Não vou ser um peso para as outras pessoas. Eu posso muito mais do que as pessoas poderiam imaginar…”. Essa agressividade fez ele se tornar alguém tão grande. Para os que ainda não o conhecem, vou deixar um link com uma de suas palestras.

Quero concluir dizendo que a agressividade é sim uma coisa boa. Desde que seja bem utilizada.

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Deixar as lamparinas acesas

Por Isaias Costa

Na maior parte das vezes Jesus falava através de parábolas, sempre com o objetivo de fazer as pessoas encontrarem as respostas dentro delas mesmas. Ele tinha um espírito muito iluminado, e ensinava a importância de se ter esse espírito.

Vou refletir sobre a parábola das cinco moças descuidadas, que foram viajar, mas não levaram óleo suficiente para as suas lamparinas, e das cinco precavidas que levaram óleo suficiente, tem grandes ensinamentos. Esta é a passagem na íntegra. Jesus disse: Naquele dia o Reino do Céu será como dez moças que pegaram as suas lamparinas e saíram para se encontrar com o noivo.Cinco eram sem juízo, e cinco eram ajuizadas. As moças sem juízo pegaram as suas lamparinas, mas não levaram óleo de reserva. As ajuizadas levaram vasilhas com óleo para as suas lamparinas. Como o noivo estava demorando, as dez moças começaram a cochilar e pegaram no sono. À meia-noite se ouviu este grito: “O noivo está chegando! Venham se encontrar com ele!” Então as dez moças acordaram e acenderam as suas lamparinas. Aí as moças sem juízo disseram às outras: “Deem um pouco de óleo para nós, pois as nossas lamparinas estão se apagando.” “De jeito nenhum”, responderam as moças ajuizadas. “O óleo que nós temos não dá para nós e para vocês. Se vocês querem óleo, vão comprar!” Então as moças sem juízo saíram para comprar óleo, e, enquanto estavam fora, o noivo chegou. As cinco moças que estavam com as lamparinas prontas entraram com ele para a festa do casamento, e a porta foi trancada. Mais tarde as outras chegaram e começaram a gritar: “Senhor, senhor, nos deixe entrar!” O noivo respondeu: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eu não sei quem são vocês!” E Jesus terminou, dizendo: Portanto, fiquem vigiando porque vocês não sabem qual será o dia e a hora. Nesta passagem,  Jesus estava querendo ensinar o poder da intuição. A intuição é um dos maiores poderes que o ser humano possui e pode desenvolver. Com ela nós sabemos a melhor decisão a tomar em toda e qualquer circunstância. A parábola da lamparina é muito sábia também pelo fato destas terem uma “luz interior”. Essa luz é a nossa consciência. Que nos mostra a melhor forma de lidar com as situações da vida.

Outro grande ensinamento dessa passagem é sobre a luz interior, esta luz é individual. As moças descuidadas pedem um pouco de óleo para as cuidadosas, e estas são intrépidas, dizem um não com muita convicção e com muita razão. A luz delas não pode ser sugada por aproveitadoras. Aqui eu quero frisar uma coisa que acontece demais no mundo de hoje, pessoas que derrubam quem tem sucesso por pura inveja. Indivíduos inferiores que não suportam ver o sucesso do vizinho e dão um jeito de “quebrar as suas pernas”, mas é nessa hora que percebemos a luz interior das pessoas de sucesso, elas podem até ficar quebradas por um tempo, mas é só questão de tempo para que se reestruturem, não há injustiça nenhuma que tire o brilho de uma pessoa que nasceu para brilhar. Adoro o exemplo de Bill Gates, uma vez ele disse que até poderiam lhe tirar tudo que tinha, mas em questão de tempo ele reestruturaria tudo. Isso não é arrogância da parte dele, muito pelo contrário, é sabedoria. Ele é um homem que sabe que teve que batalhar muito para chegar aonde chegou e sabe também que o caminho natural para ele se chama sucesso, por isso que ele pronunciou tais palavras. Pense um pouco sobre isso…

Jesus também fala da parábola do servo vigilante. Também querendo passar a mesma mensagem. Ele diz assim: “Seja como o servo esperando pelo retorno do seu senhor”. O servo vigilante sempre vai agradar o patrão, porque antes que o patrão venha chegar até ele para fazer prestação de contas, ele já vai estar de prontidão e vai lhe mostrar que está tudo em ordem. Com isso o patrão irá se orgulhar dele e provavelmente, vai lhe promover um maior crescimento, vai lhe confiar mais responsabilidades e decisões.

Eu gosto de falar sobre relacionamentos sempre que existe algo que se pode associar. A parábola das lamparinas pode ser associada com muita precisão. Já ouvi muitas pessoas falarem que vão desistir de encontrar um parceiro ou parceira sentimental porque estão desencantadas, ou porque deixaram de acreditar na possibilidade do amor, ou porque já tentaram demais e não querem sofrer, etc. Tudo isso leva a um desfecho, o apagar das lamparinas. Por quê? Muito simples. Quando você se permite reagir como citei aqui em cima, você espanta para quilômetros de distância qualquer possibilidade de encontrar um parceiro sentimental. Para que você encontre uma pessoa que se encaixa bem com o que está esperando deve estar sempre com as lamparinas acesas, ou seja, aberto a possibilidades. Essa era uma das mensagens que Jesus queria deixar às pessoas, mas muitos têm dificuldade de entender.

Enfim. Vamos deixar as lamparinas acesas, alertas a tudo que acontece com a vida, com os que convivem conosco, com o trabalho, amigos, sociedade. As lamparinas acesas vão nos ajudar a tomar as melhores decisões possíveis. E raramente haverá surpresas ou descontentamentos.

 

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Quando você crescer

Por Isaias Costa

Quando somos crianças nos cansamos de tanto ouvir as pessoas nos perguntarem, “O que você quer ser quando você crescer?”. E milhares de ideias surgem na nossa cabeça. Gosto de me lembrar do tempo que eu era criança e “viajava na maionese”, com milhares de pensamentos desconexos. Hoje não é muito diferente daquele tempo, mas consigo organizar melhor os meus pensamentos.

Quando eu era criança dizia para os meus pais e amigos, “Quando eu crescer vou me tornar um astronauta da NASA…”. Um sonho e tanto não? À medida que fui crescendo, fui mudando. Muitas ideias foram pipocando na minha cabeça, e esse sonho foi se transformando em outros sonhos. Passei a me questionar muito sobre o universo, sobre desvendar aquilo que está fora do planeta e não desvendar o que está dentro. Uma pergunta que assolou o meu cérebro e ainda assola até hoje é, “Por que eu vou vasculhar o universo distante, se não consigo vasculhar nem meu próprio universo? Se na Terra existem milhares de coisas a serem descobertas? Se até mesmo muito do que já foi descoberto está cheio de lacunas?”. Esses e outros questionamentos me fizeram mudar quase que totalmente esse desejo de ser cientista da NASA. Fiz algo muito diferente, mas pude conhecer um pouco sobre o universo, sobre a relatividade, li sobre algumas teorias complexas (sem entender quase nada), estudei mecânica avançada, um pouco de mecânica quântica, eletromagnetismo, entre outras coisas. Tudo valeu a pena. Nesse tempo expandi minha mente, principalmente para a lógica matemática. Hoje estou fazendo outras coisas, e filosofando mais também.

Meu sonho de infância…

Você que está lendo isso, tenho certeza que tem também grandes lembranças da infância. Pensamentos que foram totalmente mudados com o passar do tempo. Outra coisa que acho muito bom na vida é sabermos que tudo está em constante mudança, tudo muda o tempo todo, e você não será sempre o mesmo. Adoro a frase da Clarice Lispector que diz, “Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre”. Frase brilhante de uma escritora brilhante. É uma grande verdade. As pessoas mudam o tempo todo e não é possível afirmar com certeza o que você vai ser daqui a um ano, dois, três, dez, o que seja. Você pode ter uma noção apenas. Mas certeza, não tem.

Que tal você pensar um pouco hoje, tanto no seu passado, quanto no seu futuro! Lembrar-se dos muitos sonhos malucos da infância e ver o que realmente aconteceu. Pensar um pouco nos sonhos futuros e na possibilidade de suas realizações! E claro, sem esquecer-se da relação profunda que tudo isso tem com o presente, com o seu presente.

Para os que ainda não ouviram, e para os que já ouviram também. Vou deixar o link com uma bela canção do Raul Seixas que fala exatamente sobre os sonhos de futuro. A música “quando você crescer”.

* Para ouvir a leitura desse texto basta clicar [aqui]

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