Arquivo do mês: fevereiro 2022

A construção de um mundo melhor na visão de Carl Jung

Por Isaias Costa

“Os grandes eventos da história mundial são, no fundo, profundamente não importantes. Em última análise, a coisa essencial é a vida do indivíduo. Somente isto faz história, somente nela acontecem as grandes transformações; e todo o futuro, toda a história do mundo, em última análise, surge como uma invocação gigantesca dessas fontes escondidas nos indivíduos. Na nossa vida mais privada e mais subjetiva somos não somente testemunhas passivas de nossa época e seus sofredores, como também seus construtores.”

Carl Jung

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Nessas poucas palavras, o Jung está dando uma verdadeira aula sobre o autoconhecimento. Estou escrevendo e publicando esse texto numa época em que sua mensagem está mais viva e atual do que nunca. Acaba de estourar uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia e todo o planeta está apreensivo olhando para tudo isso e orando para que esse conflito não se estenda demais no tempo!

Confesso pra você que me lê agora que optei por não ficar acompanhando as notícias sobre essa guerra, porque isso mexe comigo, me deixa mal, triste, por vezes até desesperançoso. E como sei que sempre que acompanho noticiários tristes como esse não consigo ser a minha melhor versão, então seleciono o que assisto, escuto, compartilho etc.

O Jung é muito claro e contundente ao dizer que apenas individualmente é que podemos fazer alguma coisa, realizar alguma transformação! Você talvez já esteja cansado de tanto ler ou ouvir a máxima atribuída ao Mahatma Gandhi: “Seja você a mudança que quer ver no mundo”. Ela é a mais pura verdade!

Agora essa mesma ideia sendo transmitida por um dos maiores e mais brilhantes psicoterapeutas que já passou por esse planeta, só reforça em nós esse desejo por se trabalhar, por mergulhar no autoconhecimento e assim, de fato, sermos agentes, sermos construtores de um mundo melhor!

Lendo essas palavras dele eu me sinto encorajado a cada vez mais dar o meu melhor em ser um construtor do bem, em levar dia após dia conteúdos edificantes através desse blog, ou do podcast e das redes sociais.

É lindo quando ele diz que seremos testemunhas vivas tanto dos sofrimentos vividos como também dessa construção de uma nova sociedade. Daqui a alguns anos eu falarei com alegria e firmeza interior: “Eu estou vivo! Eu consegui sobreviver a um período super desafiador de mais de 2 anos de pandemia, no qual passamos por gigantescas crises econômicas, sociais, de saúde, ambientais, políticas, mas estou aqui pra contar que superei! Que me fortaleci com tudo isso, e que pude espalhar boas sementes no coração das pessoas…”.

Talvez essa seja a principal mensagem tanto do Jung quanto minha. Não precisa ficarmos tão abalados com o que está acontecendo no mundo afora. Tudo é transitório. Aliás, nas suas primeiras palavras ele coloca a palavra EVENTOS. Uma das acepções da palavra evento vem da Física e da Estatística e significa: “algo observável”, “algo que acontece num intervalo de tempo definido”. Percebe como isso é interessante? O Jung não usou essa palavra à toa. Ele tinha uma sagacidade absurda e somente com uma leitura atenta podemos nos ater bem a detalhes como o que estou trazendo agora!

Tudo passa, como diria o grande Chico Xavier, tanto as coisas boas quanto as ruins são transitórias. Essa guerra terrível que estamos enfrentando  nesse primeiro trimestre de 2022 vai passar e certamente podemos crescer e aprender muito com ela. Só cabe a cada um de nós extrair as lições que existem aos montes no meio de tudo isso!

Sigamos juntos vencendo um dia de cada vez, e olhando para dentro de nós, trabalhando aquilo que pode ser mudado, transformado, aperfeiçoado dentro de nós!

É dessa forma que nos tornamos esses construtores de um mundo melhor…

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P.S. Breve podcast com reflexões a partir esse texto! Ficou bem bacana!

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O esforço por se melhorar traz frutos para a vida toda

Por Isaias Costa

“Todos os instrumentos de que você precisa lhe são dados, mas você, e só você, tem de usá-los. Aqueles dentre vocês que progridem constantemente, lutando contra o NÃO interior, realizando o trabalho todos os dias, registram a crescente convicção de que, lentamente, estão saindo do confinamento e das trevas para a liberdade, para a luz e para a verdade. Qualquer um que alegue ter feito o seu melhor e não ter obtido sucesso não fala a verdade. Ele está enganando a si mesmo. Ele, ou ela, pode realizar bons esforços em áreas de menor importância, mas se recusa a ver a verdade onde ela dói mais, onde a pessoa ainda carece de libertação.”

Do livro “Não temas o mal” – canalizado por Eva Pierrakos

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Cada página desse livro citado acima é um verdadeiro bálsamo de sabedoria. Super recomendo a sua leitura a todos que de alguma maneira caíram nesse texto.

Nesse trecho, o “guia” está trazendo algo que ao mesmo tempo é desafiador, mas também reconfortante. Desafiador porque ele não está alisando a cabeça de ninguém ao dizer que a resposta para todos os nossos problemas e aflições está e sempre estará dentro de nós mesmos! Por isso não adianta ficar com vitimismo, colocando a culpa em Deus e o mundo pelo nosso sofrimento.

E é reconfortante pelo fato de saber que o caminho do autoconhecimento é, de fato, o mais libertador que pode existir. É como o “guia” diz, um caminho das trevas à luz. Luz que representa a verdade do ser!

Achei incrível o trecho no qual ele fala que é uma mentira a pessoa alegar que fez o melhor e não obter sucesso. Esse ponto foi o que mais me inspirou a escrever esse breve texto! Levei isso pra minha própria vida. Existem muitos, muitos pontos que ainda precisa de muito desenvolvimento e aprimoramento, e seria no mínimo falso eu sair falando sobre o que não consigo colocar em prática! Isso é desonesto e só nos afasta da luz.

Eu tenho me esforçado pra trazer pra cá como reflexões o que já venho buscando levar pra prática do dia a dia. O que me deixa muito feliz é que, apesar das minhas enormes falhas, consigo perceber pequenos progressos que representam esse sucesso que o “guia” explica!

Vou trazer apenas um exemplo do que venho vivenciando atualmente. Devido à intensa polarização e visões extremistas que o nosso país vem passando. Está sendo super desafiador manter bons diálogos com as pessoas, principalmente com quem pensa diferente da gente.

Eu me comprometi de coração a ser mais flexível e buscar compreender as pessoas que têm visões muito diferentes ou completamente opostas às minhas. Uau! Estou aprendendo muitíssimo, porque tenho me mostrado interessado, querendo realmente aprender uma visão diferente, entender no fundo, o que leva a outra pessoa a ter um pensamento que difere tanto do meu. E nessa disponibilidade em ouvir, em verdadeiramente dialogar, estou me tornando a cada dia mais tolerante, mais sereno, uma presença mais agradável por onde vou entende?

Isso é evolução verdadeira, e ao tomarmos conta disso, sabe o que é o mais interessante de tudo e que ainda não citei nesse texto? A gente não consegue mais voltar atrás! Só pensamos em seguir em frente! O autoconhecimento se torna praticamente um “vício” positivo! Queremos mais e mais nos aprimorar, melhorar quem somos interiormente!

É sobre isso que o “guia” está falando e nos incentivando! Espero que você tome essas palavras como uma bela injeção de ânimo para que você persista no seu caminho de se autoconhecer! Escrevo dessa maneira porque tenho consciência de que ninguém que caiu nesse texto ou que lê esse blog nunca buscou algo voltado para o autoconhecimento…

Sigamos juntos, num processo bem lento e gradual de evolução, mas com a certeza de que estamos dando passos firmes rumo à liberdade do ser…

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P.S. Breve podcast com reflexões a partir desse texto! Caso queira ampliar as reflexões fique à vontade para ouvi-lo!

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O amor verdadeiro exige de nós maturidade e desapego

Por Isaias Costa

Quem ama trata de poupar ao máximo o amado de todo o tipo de fardo ou ônus. Tenta fazer sua vida a mais agradável e gratificante possível.

Quem ama tenta resolver seus problemas sozinho com o intuito de preocupar o mínimo possível o amado: conversam sobre tudo, mas sem cobranças.

Quem ama tenta minimizar seus problemas e suas dores para preocupar menos o amado: não os esconde, mas os trata de uma forma nada dramática.

Poupar o amado significa tentar resolver os próprios problemas antes de envolvê-lo: não é sinal de superproteção e sim de autossuficiência.

Ser uma pessoa capaz de carregar sozinha sua cruz a torna mais leve, companhia mais agradável e presença querida em qualquer ambiente social.

Flávio Gikovate

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Com esse breve texto, o Gikovate está trazendo duas das maiores lições que todos nós devemos aprender nos relacionamentos, não apenas amorosos, mas nos relacionamentos como um todo, com amigos, família, parceiros de trabalho etc. Que são o desenvolvimento da maturidade e do desapego.

Somente com essas duas virtudes podemos passar para um nível elevado de alegria e satisfação na vida, o que corresponde ao amor verdadeiro.

Quem é verdadeiramente maduro não fica despejando suas insatisfações na pessoa amada como se ela fosse um depósito de lixo, porque sabe o quanto isso pode ser desgastante. Os momentos de silêncio e introspecção são fundamentais para adquirir essa consciência. Em vez de ficar numa pilha para falar sobre seus tormentos interiores com a pessoa amada, nós nos recolhemos para o que muitos até brincam ao chamar de “cantinho do pensamento”, aí com mais serenidade vamos percebendo que temos SIM a capacidade de resolver sozinhos os nossos perrengues.

Nessa hora muita gente pensa que essa atitude é egoísta. Não é verdade! Existem as resoluções que são resolvidas pelo casal ou pela parceria quando se trata de amigos ou vínculos de trabalho. Ok! Mas aqui estou falando das questões pessoais mais íntimas, como por exemplo: Eu estou em dúvidas se devo continuar trabalhando no mesmo emprego que já venho há muitos anos e estou perdendo o brilho em continuar naquela empresa. Esse tipo de decisão é como uma bomba se jogada nas mãos da outra pessoa entende?

O ideal é resolver com maturidade tudo isso, tomar uma decisão e só depois que a escolha estiver esclarecida, aí sim você compartilha com a outra pessoa!

No momento de dúvidas o máximo que devemos dizer é: “Amor! Eu estou questionando algumas coisas internamente em relação ao meu trabalho e tal. Mas fique tranquilo(a) que assim que tudo estiver mais claro você será a primeira pessoa a saber quais foram minhas decisões…”.

Percebe como que se age de uma forma mais madura? É simples, mas esse tipo de coisa só pode ser aprendida se vivenciarmos na prática do dia a dia o que estou dizendo aqui!

E como relação ao desapego o Gikovate está trazendo o lado da individualidade. Todos nós viemos ao mundo sozinhos e depois que morrermos vamos embora sozinhos também! Temos que ter a consciência de que a pessoa que se junta a nós está lá para compartilhar experiências e vivências conosco, e não para ser uma bengala, um muleta para nos apoiarmos e querer que ela resolva nossos pepinos!

O desapego é exatamente estar ao lado, mas apenas como um incentivo, sabendo que a outra pessoa tem todo o potencial necessário para resolver seus problemas.

Com essas duas questões bem resolvidas dentro de si, uau! O relacionamento certamente irá para outro nível de satisfação. Que talvez a palavra que melhor designa seja AMOR.

Vamos nos trabalhar para vivenciarmos o amor em toda a sua integridade?…

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Viver bem pode ser bem mais simples

Por Isaias Costa

“Quem se sente bem e tem conduta respeitosa em relação aos outros experimenta mais a sensação essencial para o viver bem: uma boa autoestima!

Vive bem quem conseguiu evoluir emocionalmente, é capaz de viver só e também ter elos sinceros com poucos e bons amigos e parceiros amorosos.

Vive bem quem tem ocupações agradáveis e tem no “fazer” uma importante fonte de satisfação; nesse caso, o tempo flui e isso é bem prazeroso.

Penso que viver bem não é muito complicado e nem exige glórias ou dinheiro a rodo: pede um cotidiano gostoso e algum projeto para ir atrás!”

Flávio Gikovate

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Eu concordo plenamente com a visão do grande Flávio Gikovate sobre uma vida boa. Nós fomos induzidos pelo sistema ultracapitalista no qual vivemos a querer sempre mais, a nunca nos contentarmos, a nos sentirmos fracassados se não temos uma gorda conta bancária e um belo carrão na garagem da nossa casa de frente pro mar!

Tudo isso são ilusões e mais ilusões. Logicamente que ter bens materiais valiosos e uma casa na praia é uma maravilha. Podemos sim trabalhar e conquistar isso, no entanto, não podemos depositar nossa felicidade aí, porque certamente iremos nos frustrar.

Uma das lições mais valiosas para a vida e que principalmente os mestres budistas nos ensinam é o DESAPEGO. É aprendermos a usufruir dos nossos bens tendo a certeza de que tudo é breve, tudo é passageiro. Daqui a pouco todos nós já não estaremos mais nesse mundo e o que vale de verdade é o que construímos dentro da gente, a evolução como seres humanos que conseguimos!

É maravilhosa a visão do Gikovate sobre QUANTIDADE e QUALIDADE. O ideal é termos alguns poucos e bons amigos, com quem possamos contar em todos os momentos, sejam bons ou ruins. Até brinco que ter um milhão de amigos é lindo quando se trata da música do Roberto Carlos, mas na prática ninguém consegue essa façanha. Até porque amizade pressupõe que nós tenhamos momentos para confraternizar, para desopilar, brincar, socializar… Como fazer isso com um milhão de pessoas? É humanamente impossível! A quantidade é outra ilusão. O importante é a qualidade. Termos amigos verdadeiros, que abrilhantam nossa vida e despertam o melhor que há em nós!

E claro! Ter um projeto para tocar. Algo para colocarmos nossos dons, nossos talentos. Isso nos dá o senso de PROPÓSITO. De sabermos que não estamos vivendo em vão e que a nossa vida e presença faz diferença na vida de outras pessoas, mesmo que sejam apenas algumas. Mais uma vez retomo o cuidado para não achar que você só será um sucesso se fizer algo mirabolante, gigantesco, um trabalho ou projeto que atinja milhões de pessoas! Saia dessa ilusão. Isso é uma furada!

Aqui mesmo! Com os meus textos eu não atinjo milhões de pessoas. Mas a satisfação que eu sinto por saber que eles podem contribuir com uma que seja, já me dá impulso, alegria e motivação para continuar firme e forte nesse projeto que até a título de curiosidade, em setembro de 2022 completará 10 anos! Uau! Eu mesmo me surpreendo com a minha perseverança aqui no blog!

Percebe como tudo pode ser bem mais simples? Leve essas dicas práticas do Gikovate para a sua vida e você vai logo perceber o quanto tudo vai ficar bem mais leve…

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A aceitação cega gera estagnação

Por Isaias Costa

“Uma aceitação cega jamais conduz à solução; no melhor dos casos determina uma parada, uma estagnação e passa a carga à geração seguinte.”

Carl Jung

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O que podemos extrair de reflexões profundas a partir dessas poucas palavras do Jung é impressionante. Nesse breve texto vou apenas pincelar algumas coisas!

Inclusive quero fazer um paralelo com a belíssima contribuição psicológica do grande Bert Hellinger, que nas suas obras sobre as constelações familiares criou um conceito chamado “obediência cega”, que é muito semelhante ao que o Jung ensinou como aceitação cega!

Para o Bert Hellinger, a obediência cega é quando repetimos padrões dos nossos ancestrais e nos acomodamos, achamos que “foi sempre assim na nossa família”, ou “quem sou eu pra mudar o que já vem à gerações”, ou “se temos isso na nossa família é porque era pra ser assim”, ou pior ainda, há os que dizem “são os desígnios do senhor…”.

Tudo isso tem um nome: FUGA. É uma forma de autossabotagem para as coisas que precisam ser transformadas. Acho incrível fazer um paralelo entre o Bert e o Jung porque suas linguagens conversam entre si.

As pessoas que fazem revoluções, transformando padrões enrijecidos da família, o Bert chamava de “ovelhas negras da família”, aquelas ovelhas que naturalmente são excluídas por serem diferentes das outras.

O Jung falava sobre elas de diversas formas, como pessoas de natureza mais impetuosa e questionadora, e melhor ainda, pessoas que mergulham no seu self em busca da individuação e integração das suas sombras.

Acho que já deu pra entender onde eu quero chegar não é? Exatamente! AUTOCONHECIMENTO.

É somente através do processo de olhar para as nossas sombras, nossos traumas, nossas resistências, nossas intransigências etc. é que podemos de fato evoluir e “passar de nível” no sentido evolutivo e existencial.

Eu tenho consciência de vários processos na minha família que vem de gerações e gerações e que perduram até hoje por falta de pessoas dispostas a olhar pras próprias sombras e transmutá-las pela luz da consciência. Na minha família não há nada diferente em relação a qualquer outra! Falo isso com toda a tranquilidade do mundo, até para que você que me lê agora se sinta motivado ou motivada a ser essa “ovelha negra”, essa pessoa que vai iniciar uma verdadeira revolução na família, mudando os padrões estagnantes e apequenadores.

A aceitação cega é o tal do caminho mais fácil e você já deve estar cansado de ouvir as pessoas dizerem que o caminho mais fácil é o que leva à perdição não é mesmo? Percebe a linguagem metafórica incrível que essa visão da bíblia cristã nos traz? A perdição é exatamente a perpetuação dos padrões negativos que passam de geração em geração.

Então Jesus falava: “entrai pela porta estreita”. A porta estreita é o caminho de iluminar as nossas sombras, e trabalhar as chamadas “ordens do amor” que tão bem o Bert Hellinger enunciou nas suas obras.

Precisamos tomar os nossos pais, ou seja, respeitarmos e honrarmos por eles nos terem dado a vida e a oportunidade de estarmos vivos, encarnados nesse mundo. Eles foram a porta que permitiram essa dádiva. E sempre agradecermos por estarmos na família que estamos, porque ela é a família perfeita e ideal para que nós como espíritos tenhamos as experiências necessárias para o nosso crescimento. Ou seja, ninguém nasce na família errada. Esta é a lei do pertencimento!

Precisamos saber que há uma hierarquia familiar, os pais estão acima de nós porque eles vieram antes, então devemos ter todo amor e respeito por eles, e consequentemente, por toda a nossa ancestralidade.

Precisamos saber equilibrar o dar e receber em todas as nossas relações. Saber que apenas no equilíbrio entre essas duas forças é que podemos ser felizes e sairmos dessa aceitação cega!

Óbvio que há uma infinidade de pontos dentro das 3 ordens do amor que acabei de citar. Mas quem sabe com o que escrevi aqui eu já esteja lhe incentivando a olhar mais para dentro de si mesmo não é?

Portanto! Que tenhamos a coragem de fazer esse mergulho no autoconhecimento. Assim e somente assim nós poderemos aprender o que é a verdadeira aceitação, que é um movimento belo de transformação do ser a partir da vivência do momento presente, do aqui e agora, que é o único momento que existe e que podemos fazer algo concreto para a nossa transformação…

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O melhor investimento que podemos fazer na vida

Por Isaias Costa

“A qualidade da perseverança que está além do surto inicial de entusiasmo é de um valor inestimável. A capacidade de continuar mesmo quando não é mais tão excitante e nada de mais está acontecendo interiormente é uma qualidade muito importante.

Em traduções antigas, às vezes usavam a palavra “virilidade” para a palavra sânscrita que estamos traduzindo como “esforço”, virya. […] O significado não é apenas entusiasmo, mas tem também esse sentido de levar adiante, como um corredor de maratona. Os maratonistas reservam muito de sua força para que possam continuar correndo, não gastam toda a energia nos primeiros mil metros, pois sabem que ainda têm quilômetros e quilômetros para percorrer. Assim, gerenciam a energia com muito cuidado e vão em frente, aprendem a respirar de maneira correta e a manter um ritmo de modo que possam ir adiante. A perfeição do esforço é essa qualidade de ser capaz de sustentar o ímpeto dia após dia, mês após mês, ano após ano.

A boa notícia é que, ao contrário do corredor de maratona, uma vez que possamos realmente começar a ver que a vida diária é o nosso campo de prática, e que tudo o que fazemos e cada encontro que temos é uma oportunidade para o desenvolvimento das nossas qualidades internas — bondade amorosa, compreensão, paciência, generosidade, abertura do coração —, começamos a desenvolver a qualidade da atenção plena ou consciência, e o ímpeto cresce, de modo que somos levados adiante.

Nossos dias se tornam mais e mais intensos e significativos. Quando isso realmente acontece, e sentimos que estamos no fluxo, por assim dizer, então estamos no caminho certo. Todo mundo tem dias melhores e outros não tão bons, mas, basicamente, se nossos dias são apenas rotineiros e sem brilho, é porque não compreendemos este ponto. Porque, se tomamos tudo o que fazemos como forma de cultivar o caminho passo a passo, momento a momento, como nosso dia poderia ser chato? Nossa compreensão do caminho acumula seu próprio ímpeto conforme praticamos, e nossas respostas se tornam mais e mais hábeis automaticamente.

A perseverança, nesse sentido, não é uma espécie de fadiga ofegante. Não é algo árduo. É algo que se autorrenova, momento a momento. Quando estamos no caminho certo, não precisamos gerar energia; a energia é gerada por si mesma porque estamos em equilíbrio. Isto é muito importante.”

Jetsunma Tenzin Palmo

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As palavras desta querida monja budista nos levam a grandes reflexões. Ela já começa trazendo uma palavra que eu adoro: PERSEVERANÇA. Pela sua raiz etimológica, essa palavra significa “por ser verdadeiro”. Ou seja, só podemos perseverar verdadeiramente em alguma coisa quando existe verdade no que estamos fazendo ou buscando. É o oposto da tão conhecida expressão “fogo de palha”, que faz uma pequena labareda, mas logo se apaga.

Essa analogia com as corridas de maratona é perfeita, porque precisamos ter internamente essa noção de que tudo é uma jornada, e uma jornada não dura apenas um dia e uma noite. Dessa forma, precisamos saber gerenciar a nossa energia para que ela não se esvaia com tanta facilidade e rapidez.

A desmotivação que sentimos muitas vezes vem daí, na falta de energia, porque estamos fisicamente ou emocionalmente esgotados.

Motivação e perseverança andam de mãos dadas. Aquilo que sabemos que é nossa verdade é um impulsionador para ações que tenham um motivo, um propósito maior por trás, e assim uma retroalimenta a outra. Quanto mais eu sustento essa minha verdade, mais robusta se torna a minha motivação!

Ela conclui esse texto de forma brilhante, dando essa super chave de consciência, para que não fiquemos buscando energia em algo que não seja uma boa fonte. A maior e melhor fonte de energia é ESTAR NO CAMINHO CERTO.

Inclusive muitos mestres até comparam o caminho certo com o nadar a favor da correnteza. Você dá uma braçada e a força da correnteza lhe ajuda a ir muito mais longe, sem um maior dispêndio de energia.

Estar no caminho errado é nadar contra a correnteza, você dá enormes braçadas e praticamente não sai do lugar, se cansa, fica esgotado, e acaba sendo empurrado pela correnteza no final das contas.

Eu amo essa analogia, porque ela me faz pensar nos mecanismos incríveis que a vida nos proporciona, que são as crises. Sempre que nos desviamos do nosso verdadeiro caminho, vem as crises, que podem ser no trabalho, na família, financeiras, ou doenças no corpo físico.

Essa dor lancinante nos faz parar e pensar: “Será que é realmente pra eu continuar seguindo por esse caminho?”.

É simplesmente incrível as curas físicas e a harmonia nos outros campos que volta a acontecer depois que nos realinhamos como nosso caminho e propósito maior. Muitas vezes essa reequilíbrio acontece em poucos dias!

Portanto! Pegue essa dica preciosa que a Tenzin Palmo e eu estamos compartilhando e viva a sua verdade. Pague o preço necessário para viver plenamente, feliz e realizado! Esse é o melhor investimento que podemos fazer na vida…

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Uma metade será sempre uma metade

Por Isaias Costa

“Ninguém está neste mundo para satisfazer as expectativas de ninguém. Ninguém completa ninguém. Somos acrescidos de inúmeros benefícios e aprendizados na convivência com o outro e nas experiências da vida, mas nada nem ninguém tem essa “obrigação” de completar outra pessoa.

Ninguém pode viver a vida de e por ninguém. Ninguém neste mundo é metade de ninguém e de nada, exatamente por isso, por uma questão lógica, nada pode nos completar. Se uma pessoa não for inteira em si e por si mesma, vai viver necessitando de muletas e não raramente, também viver frustrando-se – e por sua única responsabilidade. Por isso se faz tão necessário que cada pessoa possa buscar-se, atravessar e desbravar seus recônditos mais íntimos para descobrir-se e estar inteira por si mesma.

Ninguém pode ser metade de nada nem de ninguém, pois uma metade, ainda que próxima a outra metade, será sempre metade.”

Veruska Queiroz

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Essas são palavras simples e muito verdadeiras. Aqui a Veruska está questionando acima de tudo aquela tão conhecida expressão “metade da laranja”. Tem até mesmo uma música bem bonita do Fábio Júnior que fala sobre isso: “As metades da laranja, dois amantes, dois irmãos…”.

Como poesia para uma música é lindo falar em metades da laranja, mas na vida real isso não existe! Cada um de nós precisa fazer um movimento incessante em busca de se autoconhecer, em integrar dentro de si tudo o que precisa ser desenvolvido!

Há duas palavras na língua portuguesa que acho simplesmente perfeitas e se encaixam na reflexão levantada por essa autora, são INTEGRIDADE e INDIVIDUALIDADE.

Integridade significa “a atitude de uma pessoa inteira” e individualidade significa “uma pessoa que não está dividida”.

Percebe a beleza e profundidade disso? Ser uma pessoa íntegra é estar 100% presente em tudo o que fizer, sem ficar esperando que os outros resolvam por nós. É até bonito pensar em termos de porcentagem. Se eu fico nesse engodo de ser uma metade, é como se eu me colocasse sempre só em 50% para tudo! Se estender para o campo das notas nas escolas, é menos até do que a “média” que é 7,0. Ou seja, até ironizando um pouco! Hehe Se eu ficar só na metade eu já estou de recuperação e posso até reprovar de ano.

Esse reprovar de ano é apenas uma metáfora para o empacar do nosso processo evolutivo. Eu só posso evoluir de verdade se estiver dando o melhor de mim, estando 100% presente, não sendo um medíocre, no mais original da palavra, ser medíocre é estar na média.

E a individualidade é uma palavra ainda mais forte, porque a partir dela um dos maiores terapeutas de todos os tempos, que foi o Carl Jung, cunhou o termo “individuação”, que é o processo constante e incessante de se tornar um indivíduo. Não é algo que se conquista do dia para a noite, muito pelo contrário, é algo para a vida toda. E se você curte os estudos e teorias sobre a reencarnação, é algo que leva vidas e vidas.

Eu penso na individuação como um processo de elevação da consciência até ao ponto de nos tornarmos seres iluminados, seres da grandiosidade de mestres como Jesus Cristo, Buda, Krishna, Confúcio, Lao Tsé etc. Precisamos fazer um esforço consciente para elevar nossa vibração, expandir nossas virtudes, lapidar as nossas falhas, para assim ir galgando essa evolução.

E ninguém consegue isso sendo uma metade, esperando que os outros façam esse dever de casa. Ele é unicamente nosso, individual!

Sei que com esse breve texto não estou trazendo nada de novo, estou apenas relembrando o que você já sabe! Vamos juntos nos lapidar nesse processo de individuação e integração do nosso ser?

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A experiência da beleza tem de vir antes

Por Isaias Costa

“Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes”.

Rubem Alves

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Nessas poucas palavras, o mestre Rubem Alves está nos contando um dos maiores segredos para uma Educação eficaz e de qualidade.

Ele mesmo vivia questionando em textos e entrevistas o porquê de a garotada ter que estudar dígrafos, palavras proparoxítonas, ou orações subordinadas substantivas subjetivas, se para escrever ninguém precisa disso de verdade! Ele até brincava que escrevia bem, mas nunca aprendeu essas coisas!

O mesmo pode ser levado para outras áreas e conhecimentos. Em Química, por exemplo, se você ficar estudando todas aquelas abstrações sobre reações, ou cadeias carbônicas, ou eletrólise, sem dar nenhum contexto, sem tornar tudo aquilo mais divertido e palatável, pouquíssimos serão os alunos que vão se interessar em aprender!

Eu mesmo, hoje em dia aprendi a gostar de Química porque passei a ler e conhecer muitas aplicações bem interessantes dos conhecimentos que adquirimos no ensino médio.

Na época da escola eu detestava Química, e hoje eu tenho noção de que parte disso tem a ver com as exigências de estudar pra fazer uma prova e tirar nota boa. Esse modelo de provas ainda precisa de tantos ajustes, de tantas melhorias, que nem trarei com mais detalhes nesse texto para que ele não fique gigantesco…

Quero me focar na palavra chave que o Rubem usou. BELEZA! Pouca gente conhece uma das raízes etimológicas mais incríveis dessa palavra, que diz: “beleza é o lugar onde Deus brilha”.

Percebe a profundidade desse significado? Deus brilha numa bela pintura, num nascer ou por do sol, nos pássaros que cantam e que fazem seus ninhos nos galhos das árvores, no sorriso de uma criança pequena, numa brincadeira de criança etc.

A beleza é o que pode nos instigar a ir além, a expandir nossos limites, a querer conhecer mais e melhor! Ele traz esse exemplo da música que considero formidável. É muito difícil se dedicar a aprender um instrumento se você antes não aprecia algum músico simplesmente perdendo a noção do tempo ao se integrar com o instrumento, entoando belos sons!

Quando estamos numa experiência como essa, nosso coração pode vibrar diferente, aí pode surgir o pensamento: “Uau! Um dia eu vou tocar no mínimo de um jeito parecido com essa pessoa”.

E o mais divertido é que existem belezas infinitas, levando pra música isso está ligado aos estilos musicais e também aos trocentos instrumentos diferentes que existem e podemos nos interessar!

Que esse breve texto lhe motive a buscar a beleza e encontrar tudo aquilo que reflete esse brilho de Deus! Dessa perspectiva, a vida se torna absolutamente encantadora…

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Um grande passo em direção ao amor é o compartilhar

Por Isaias Costa

“Um grande passo em direção ao amor é o compartilhar.

Compartilhe tudo que você tem… não envenene o teu coração.

Compartilhe sua vida.

Qualquer coisa que esteja em você, compartilhe, não guarde.

Sua sabedoria… Compartilhe. Sua prece, seu amor, sua felicidade, compartilhe. Se não encontrar ninguém, compartilhe com os cães, com as rochas, com o mar, com a natureza, mas compartilhe.

O importante é dar.

Quando você priva as pessoas de qualquer coisa em seu próprio benefício você envenena o coração. Toda acumulação é venenosa.

Se você compartilhar, seu organismo ficará livre de venenos. E quando você der não se importe se há resposta ou não. Nem mesmo espere por um obrigado.

Sinta-se grato à pessoa que permitiu que você compartilhasse alguma coisa com ela. Não faça o contrário. Não espere a resposta, dizendo a si mesmo, lá no fundo, que ela deveria se sentir agradecida porque você compartilhou algo com ela. Não, não faça assim.

Sinta-se, você, agradecido porque ela esteve disponível para ouvi-lo, para compartilhar alguma energia com você. Porque ela esteve disponível para ouvir sua canção. Porque ela esteve disponível para você.

Compartilhar é uma das virtudes mais espirituais, uma das maiores virtudes espirituais.”

Osho

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Essas palavras do Osho são simplesmente perfeitas! Essa é uma verdade prática que ele traz de forma simples e singela. Não adianta tentar teorizar o que está sendo dito aqui, é preciso EXPERIMENTAR.

Experimente por um dia, uma semana, um mês, um ano… Sua vida vai ser transformada completamente! Uma vez que a gente compreende o poder do compartilhar, isso vai se transformando num hábito e quase num “vício positivo”. Não conseguimos mais passar um único dia da nossa vida sem isso!

No meu caso essa noção se encaixa demais no compartilhar ideias e conhecimentos através dos textos e das redes sociais. Faço isso com uma alegria e satisfação imensa. E quero nesse breve texto até acrescentar algo maravilhoso que aprendi recentemente com a mentora existencial Taci Carvalho através do Instagram (@tacicarvalho.oficial).

Ela sempre costuma dizer que antes de nos propormos a fazer qualquer coisa, precisamos nos fazer três perguntas curtas e simples?

É bom para mim?

É bom para outro?

É bom para todos?

Se a resposta for sim apenas para a primeira pergunta, se trata de algo absolutamente egoísta, eu não estou pensando nas possíveis consequências negativas que possam surgir para outras pessoas, então se eu tenho mais consciência eu freio esse impulso e não realizo tal ação!

Se a resposta for sim para a primeira e a segunda, mas não para a terceira, é sinal de que ainda estou com uma visão meio restrita, não me dei conta de que cada ser humano é um universo particular, e que alguém, mesmo que distante, pode se prejudicar ou se sentir mal com o que estou compartilhando.

Quanto aos textos, essas duas situações já aconteceram diversas vezes, então respirei fundo e não compartilhei. Mas confesso que também já aconteceu de compartilhar e me arrepender depois ou mesmo ter recebido críticas corretíssimas e que me fizeram dar um passo além na minha jornada de evolução! Afinal de contas, todos nós erramos bastante no nosso caminho, mas se estamos dispostos a aprender e melhorar, essa jornada se torna uma aventura deliciosa em direção ao amor!

Lembro demais das sábias palavras do mestre Dalai Lama e no quanto elas são verdadeiras. Ele sempre diz que quando fazemos algo de bom pelos outros, quem mais sai ganhando é a gente mesmo, em alegria, em paz, em satisfação, em sentimento de dever cumprido, em se sentir útil para o coletivo etc. etc.

Inclusive há uma belíssima estória budista que não vou contar agora pra não deixar esse texto imenso, porém tem como mensagem principal algo espetacular. Ela diz que “aquele que dá é que deve agradecer”, porque teve algo para dar, não se comportou como um mendigo que só quer receber dos outros sem fazer nada em contrapartida para doar!

Não precisamos receber elogios, palminhas, prêmios nem nada parecido para que nos sintamos motivados a ajudar os outros. A gente ajuda pura e simplesmente porque tem algo para doar e que passa por esse filtro das três perguntas que levantei agora a pouco!

No fim, todo o nosso compartilhar tem como grande meta nos desenvolvermos no amor, e esse é o principal motivo para estarmos encarnados nesse planeta. Viemos para aprender e desenvolver o amor que existe dentro de cada um de nós. Amor que sempre pode se expandir e expandir até ao ponto de nos tornarmos seres sábios, seres de luz como foram os grandes mestres! A Terra é o nosso planeta escola. Que nós sejamos bons alunos nessa jornada terrena…

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A compaixão se desenvolve aos poucos

Por Isaias Costa

“A compaixão não é uma teoria. É uma experiência. Não é algo que possa ser adquirido nem é criada por qualquer processo bioquímico. A compaixão brota de forma imediata no momento em que nos deparamos diretamente com o sofrimento e percebemos a sina dos seres que, quase sempre, reagem de uma forma que apenas intensificará a sua trágica condição.

Uma qualidade natural, um aspecto de nossa verdadeira natureza, a compaixão está adormecida em nós e precisa ser despertada. Esse despertar é doloroso, pois nos obriga a contemplar a fundo o sofrimento de incontáveis seres. Sem entender o seu infortúnio, não podemos sentir compaixão. Mas, uma vez que tenhamos realmente compreendido o sofrimento, a compaixão começa a brotar sem que possamos impedi-la de fluir. Por enquanto, a nossa compaixão é tendenciosa e restrita. Pensamos que algumas pessoas a merecem, outras não.

A compaixão que sentimos pela família e pelos amigos, por exemplo, baseia-se em nosso apego por eles. Mas todos, por mais desorientados que estejam, merecem a nossa compaixão, e temos de expandi-la até que ultrapasse os limites do apego para abarcar a todos os seres, o tempo todo.”

Chagdud Tulku Rinpoche

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Essas palavras do monge são simplesmente perfeitas. A compaixão é uma experiência! Não adianta ficar apenas teorizando, lendo tratados e mais tratados sobre a compaixão se você não experimentar no seu dia a dia. Não terá valido de nada…

Cada novo dia nos dá zilhões de oportunidades para exercitarmos a compaixão, e é bonito perceber que ela não surge espontaneamente. Inclusive o mestre Dalai Lama sempre diz em palestras e livros: “A compaixão não é visceral”. Ou seja, é algo que precisamos exercitar e desenvolver através das experiências!

É semelhante a um músculo, que só se desenvolve através de muito esforço e repetições dos exercícios! O “músculo da compaixão” pode se tornar bem forte e vigoroso em nós se buscarmos expandir nossos horizontes.

Eu acho incrível a didática dos grandes mestres do budismo como por exemplo o Thich Nath Hanh, que recentemente deixou esse mundo. Todos eles ensinam o passo a passo para nos desenvolvermos não só na compaixão, mas no amor, na tolerância, na generosidade etc. Todas essas virtudes podem ser desenvolvidas da mesma maneira! São 4 etapas

1º) Eu desenvolvo a autocompaixão

Olho para mim mesmo, meus defeitos, minhas falhas e tropeços e me olho com esse olhar de aprendiz, de alguém que faz todo o esforço diário para ser melhor, e assim posso começar a estender essa compaixão para além do meu universo.

2º) Compaixão pelos amigos e familiares

Sinto compaixão por todos aqueles que amo e que de alguma forma participam da minha vida.

3º) Compaixão por desconhecidos

É a compaixão pelas pessoas que não conheço, porém, que não despertam dentro de mim meu pior lado, meus sentimentos de aversão.

4º) Compaixão pelos que não gosto

Essa é a etapa mais difícil, sentir compaixão pelas pessoas que sinto raiva, ódio, ciúme, inveja, repúdio e por aí vai!

Percebe que é como se fosse um teste que a cada etapa vai ficando mais difícil? Porém, é com os desafios que nós podemos crescer de verdade! Aquilo que não gera em nós nenhum desconforto, não tem poder real de transformação!

Quis com esse brevíssimo texto trazer grande parte da essência da sabedoria budista, que a meu ver, é a que traz a virtude da compaixão de forma mais bela e instigante!

Que a gente desenvolva a nossa compaixão um pouquinho mais a cada dia…

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