Por Isaias Costa

Eu tive contato com uma metáfora interessantíssima que falava sobre termos equilíbrio nos nossos caminhos e projetos. Essa metáfora foi escrita por Seth Godin no seu livro intitulado “O melhor do mundo: saiba quando insistir e quando desistir”, que ainda não li, mas pretendo ler em breve.
Nessa metáfora, ele diz que existem três tipos de pessoas que fazem compras num supermercado. As primeiras são as que vão para uma fila curta, mas nunca olham pras outras que muitas vezes podem até ser mais longas, mas estão fluindo com muito mais rapidez e ela poderia mudar de fila se quisesse.
O segundo tipo são aquelas impacientes, que não aguentam esperar nem dois minutos e já mudam pra outra fila, e se essa está demorando, vai pra outra e pra outra. Elas ficam como uma “barata tonta” como se diz popularmente.
Por último tem aquelas que entram numa fila e esperam com paciência, porém com atenção se ela não está demorando demais. Daí elas concluem que se a fila está demorando demais, só mudam uma vez para uma que esteja fluindo mais rápido.
Essa metáfora é simplesmente perfeita! As primeiras são as pessoas teimosas, turronas, que nunca dão o braço a torcer nos seus caminhos e projetos. Mesmo que todas as variáveis estejam indicando que esse caminho é inviável, a pessoa permanece nele indefinidamente. Muitas vezes essas pessoas só mudam o seu caminho depois de um grave adoecimento seja ele físico, ou mental e emocional.
Nesse ponto, vale frisar a diferença sutil, mas muito importante que existe entre teimosia e persistência. Teimosia é continuar mesmo sofrendo, mesmo sabendo que esse caminho não vai lhe levar ao sucesso e a plenitude como você tanto gostaria. Já a persistência é saber que muitas vezes o caminho é sofrido mesmo, tem muitos espinhos, mas você faz com todo amor, de coração, e sabe que ele está fazendo diferença na vida de outras pessoas, mesmo que não sejam muitas. Eu até escrevi um texto com mais detalhes sobre essa temática, se você quiser lê-lo, fique à vontade, segui o link [aqui].
O segundo tipo são as pessoas instáveis, volúveis, que começam um monte de projetos, mas não seguem perseverantes neles. São aquelas pessoas que eu costumo dizer que têm muita iniciativa, mas pouca acabativa. Pode ser algo extremamente frustrante você começar um monte de projetos e não dar prosseguimento a eles. Inclusive numa visão psicológica, existem muitas explicações interessantes sobre esse comportamento. Um deles, por exemplo, é o medo do sucesso sabia disso? A pessoa se sabota depois de um tempo, porque inconscientemente ela vai se dando conta de que aquele projeto pode dar tão certo de um jeito que a sua vida vai dar uma reviravolta. As responsabilidades vão aumentar imensamente e a pessoa, por medo, fica se achando incapaz de seguir em frente com aquele projeto, daí se sabota, ou encerrando, ou sendo negligente, ou procrastinando demais e por aí vai.
Existem zilhões de outras possibilidades e configurações para as pessoas desse segundo tipo. Talvez em textos futuros eu traga pra cá um pouco mais sobre isso!
Já a terceira possibilidade é a mais próxima do ideal possível. Ela traz o famoso “caminho do meio”, sem exageros de nenhuma natureza, sem os extremos da teimosia nem da volubilidade. São as pessoas que seguem nos seus projetos, mas que percebem que se estão quebrando a cabeça demais com eles, ou elas mudam o trajeto, ou fazem uma série de ajustes para que as coisas fluam e funcionem melhor.
Assim elas vão sempre se aprimorando, e o sentimento de realização, de alegria, de pertencimento, de reconhecimento etc. tudo isso está presente.
É maravilhoso quando você está vivendo nessa harmonia, sendo como a água, como nos dizia brilhantemente o Bruce Lee. Essas pessoas são as mais flexíveis, que diante das dificuldades, das pedras no caminho, fazem o contorno dessas pedras e seguem adiante.
Que tal a gente se esforçar para fazer parte desse grupo hein? Vale a pena demais! É como eu sempre digo e repito por aqui. O caminho do meio sempre é a melhor opção!
Espero que essas reflexões tenham agregado valor na sua vida tanto como gerou na minha quando eu conheci essa bela metáfora…
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P.S. Breve podcast com reflexões a partir desse texto. Nele trouxe alguns exemplos do dia a dia bem interessantes. Confira!